Zoop, nova startup de Tim Stokely, se junta à Hbar Foundation em tentativa de adquirir o TikTok, segundo a Reuters
OnlyFans: fundador do site entra na corrida pelo TikTok (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 3 de abril de 2025 às 06h56.

Última atualização em 3 de abril de 2025 às 07h01.

Os criadores do OnlyFans são os mais novos possíveis compradores do TikTok nos Estados Unidos.

Segundo a Reuters, o fundador do site de conteúdo adulto, Tim Stokely, fez uma parceria com a Hbar Foundation para apresentar um plano para adquirir o aplicativo de vídeos curtos, atualmente pertencente à empresa chinesa ByteDance. O plano foi submetido esta semana à Casa Branca.

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A nova empresa de Stokely, chamada Zoop, é voltada para o público geral e oferece "conteúdo familiar", diferente do foco de OnlyFans, principalmente conhecido por conteúdo pornográfico. O modelo de negócios da Zoop destina a maior parte de sua receita para os criadores de conteúdo, recompensando-os pelo aumento do engajamento dos usuários na plataforma.

De acordo com RJ Phillips, cofundador da Zoop, em entrevista à Reuters, a proposta de compra do TikTok vai além de uma mudança de propriedade. O objetivo é criar um novo modelo de negócios, onde tanto os criadores quanto suas comunidades se beneficiem diretamente do valor que geram.

Embora os detalhes sobre a proposta e os investidores envolvidos não tenham sido revelados, os parceiros da Zoop estão trabalhando com um consórcio de investidores para viabilizar a compra.

Na mesma data, aAmazontambém teria feito uma oferta de última hora para adquirir o TikTok. A ByteDance tem até o dia 5 de abril para vender o TikTok ou enfrentar um possível banimento nos Estados Unidos.

Por que os EUA querem banir o TikTok?

O governo dos Estados Unidos argumenta que o TikTok representa um risco significativo à segurança nacional. Entre as principais preocupações estão:

Entre os nomes cogitados como compradores do TikTok estão:

Para Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS-Rio), "o Project Liberty representaria um uso mais social do aplicativo, priorizando a interação entre os usuários e o bem-estar digital". "O principal entrante seria a Perplexity, concorrente da OpenAI, que busca se posicionar como alternativa tecnológica de destaque", disse ele em entrevista à EXAME em janeiro.

O desafio da ByteDance

Apesar das ofertas, a controladora do TikTok, tem insistido que não planeja vender a plataforma. Além disso, o algoritmo do TikTok, seu principal ativo, pode ser excluído da negociação devido a restrições impostas pelo governo chinês, tornando a venda ainda mais complexa.

Segundo Dan Ives, analista da Wedbush, o valor do TikTok varia consideravelmente dependendo de incluir ou não seu algoritmo. Com o algoritmo, a plataforma pode valer até US$ 200 bilhões; sem ele, a avaliação cai para cerca de US$ 40 bilhões.

A China já sinalizou que bloqueará a venda do algoritmo, tornando uma versão americana do TikTok menos competitiva e isolada globalmente. E os desafios técnicos para operar o TikTok sem seu algoritmo são enormes. Reconstruir o feed "Para Você" seria complexo, especialmente considerando que outras empresas já tentaram replicar essa tecnologia sem sucesso. Especialistas apontam que uma venda forçada pode levar à criação de uma versão exclusiva do aplicativo para os EUA, desconectada do resto do mundo, reduzindo o alcance e a atratividade global da plataforma.

A venda forçada é vista como mais um capítulo na disputa entre os EUA e a China. A ByteDance, proprietária do TikTok, resiste à venda devido à necessidade de aprovação do governo chinês, que não quer abrir mão de sua influência sobre a plataforma. Esse cenário cria incertezas legais e políticas sobre o futuro do aplicativo nos Estados Unidos.

Por outro lado, questões de segurança nacional continuam no centro das discussões. Especialistas em cibersegurança apontam que o governo dos EUA considera o TikTok uma ameaça devido ao potencial o do governo chinês aos dados dos usuários americanos. Mas críticos argumentam que as evidências contra o aplicativo ainda são amplamente teóricas.

O que acontece se o TikTok for banido?

Caso o TikTok tenha que encerrar suas operações nos EUA, as principais beneficiárias devem ser plataformas rivais como o Instagram Reels e o YouTube Shorts. Ambas já disputam a atenção dos usuários com funcionalidades semelhantes de vídeos curtos.

Segundo especialistas em marketing digital, o efeito dominó pode movimentar bilhões em publicidade. "Diversos diretores de marketing já indicaram que devem redirecionar seus investimentos para o Google e a Meta se o TikTok sair do ar", afirmou Kelsey Chickering, analista da Forrester.

Além disso, plataformas como Twitch — popular entre gamers, mas em expansão para outros nichos — e o aplicativo chinês Xiaohongshu (conhecido como RedNote no Ocidente) também devem ganhar tração com o vácuo deixado pelo TikTok.

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