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Starship chega ao espaço, mas falhas técnicas ameaçam ritmo da SpaceX rumo a Marte

Apesar de usar booster reutilizado e superar voos anteriores, nave da SpaceX perdeu controle e fracassou em testes cruciais, apontando desafios para programa espacial de Elon Musk

SpaceX: empresa falhou novamente em lançamento de foguete (SERGIO FLORES/AFP /Getty Images)

SpaceX: empresa falhou novamente em lançamento de foguete (SERGIO FLORES/AFP /Getty Images)

Publicado em 28 de maio de 2025 às 06h11.

A nave Starship, da SpaceX, realizou seu lançamento mais ambicioso até agora na terça-feira, 27, alcançando o espaço além dos voos anteriores que terminaram em explosões.

Mas a missão foi interrompida quando a fase superior do foguete perdeu o controle devido a um vazamento de combustível, resultando na destruição da nave durante a reentrada — a terceira vez que algo assim acontece com um foguete da empresa de exploração espacial de Elon Musk.

Além disso, o booster reutilizado, chamado de Super Heavy, que havia decolado pela segunda vez, não conseguiu realizar o pouso previsto, afundando no Golfo do México após falha no sistema de aterrissagem, o que evidencia os obstáculos técnicos ainda presentes no programa espacial da SpaceX.

Progresso e retrocessos na trajetória da Starship

Este foi o nono voo de teste da Starship desde a primeira tentativa, em abril de 2023. As duas últimas missões, em janeiro e março deste ano, terminaram em explosões logo após o lançamento, com destroços caindo sobre o Caribe e impactando o tráfego aéreo da região.

A missão de maio demonstrou avanços técnicos, como o desligamento programado de um motor em órbita e a reutilização do booster, mas falhas na fase superior e no pouso do booster impediram a completa validação dos sistemas.

A Federal Aviation istration (FAA) ampliou as zonas de risco para o lançamento, devido aos acidentes anteriores, e autorizou o voo após uma investigação que suspendeu os testes por quase dois meses.

Musk destacou a importância do teste de reentrada, principalmente para avaliar os novos escudos térmicos e as abas de controle, porém o descontrole da nave comprometeu a coleta de dados.

O futuro na Lua e em Marte

A Starship é peça-chave nos planos da SpaceX para o transporte de astronautas à Lua, como parte do programa Artemis da Nasa previsto para 2027, e para a futura colonização de Marte.

Apesar disso, Musk demonstrou desinteresse pela missão lunar atual, classificando seus objetivos como “objetivamente fracos” e defendendo um foco maior em estabelecer uma base permanente na Lua ou enviar humanos diretamente a Marte.

Para 2026, a SpaceX pretende enviar cinco Starships a Marte, sem tripulação humana, mas carregando robôs do tipo Optimus, produzidos pela Tesla. Essa ambição depende de avanços técnicos complexos, incluindo lançamentos rápidos e reabastecimento orbital, ainda não testados completamente.

Os desafios da SpaceX

A SpaceX adota uma estratégia de desenvolvimento baseada em testes frequentes que desafiam os limites da engenharia para identificar falhas rapidamente. Musk anunciou que os próximos lançamentos ocorrerão com maior frequência, em intervalos de três a quatro semanas. Essa abordagem permite ajustes constantes, mas também expõe o programa a riscos e atrasos.

A reutilização do booster Super Heavy representa um avanço significativo para reduzir custos, mas o pouso falho no último voo revelou que o sistema ainda precisa de refinamentos. Além disso, o não funcionamento do mecanismo de liberação dos satélites simulados, o chamado “Pez dispenser”, impediu que parte dos objetivos do teste fosse cumprida.

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