Tecnologia

O produto secreto de Sam Altman e Jony-Ive, ex-Apple, que quer 'enterrar' de vez a era das telas

Com investimento bilionário e aquisição de startup, Jony Ive assume o design do futuro na OpenAI com foco em dispositivos que superam o uso de telas

Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h38.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 07h18.

Sam Altman, da OpenAI, e Jony Ive, ex-Apple, estão trabalhando em um produto de consumo secreto. Segundo informações do The Wall Street Journal, o projeto deve envolver dispositivos com câmera e fones de ouvido com integração por IA. 

A proposta é ambiciosa: criar uma interface que substitua as telas e redesenhe a relação entre humanos e máquinas.

Ive, responsável pelo design do iPhone e por mais de duas décadas de inovação na Apple, se torna agora o nome por trás da estética e da funcionalidade dos dispositivos da OpenAI.

A notícia vem após a OpenAI anunciar nesta quarta-feira, 21, a aquisição da startup io, avaliada em US$ 6,5 bilhões.

A empresa, que pertencia ao designer britânico Jony Ive, agora terá sua equipe incorporada à OpenAI. A transação envolve também a design house LoveFrom, que segue como parceira criativa de Sam Altman, CEO da OpenAI.

O time da io é formado por cerca de 55 profissionais entre engenheiros, físicos e pesquisadores.

Todos am a integrar o ecossistema da OpenAI. Já a LoveFrom — empresa que também tem no portfólio clientes como Ferrari e Airbnb — continuará atuando de forma independente, mas ará a ser acionista da OpenAI.

A transação deve ser concluída até o fim do verão no hemisfério norte, por volta de setembro, dependendo de aprovações regulatórias.

O que se sabe sobre o projeto

A proposta de Altman é desenvolver um gadget inédito, discreto e consciente do ambiente ao redor do usuário, que pretende ocupar um espaço cotidiano ao lado de um MacBook e de um iPhone — mas sem ser um celular, tampouco um par de óculos.

Segundo Altman, a aquisição da startup io, fundada por Ive, custará US$ 6,5 bilhões à OpenAI, com a promessa de trazer um retorno que pode chegar a US$ 1 trilhão. “Temos a chance de fazer a coisa mais importante que já fizemos como empresa”, disse Altman a funcionários, de acordo com gravação obtida pelo The Wall Street Journal.

O dispositivo será o primeiro da empresa voltado ao consumidor final e quer mudar a forma como nos relacionamos com a IA, abandonando a dinâmica de digitar e esperar respostas para uma presença mais integrada ao cotidiano.

A ideia é que o aparelho seja ubíquo, esteja no bolso ou sobre a mesa, e funcione como um “companheiro” de IA — capaz de perceber o contexto do usuário, mas sem as distrações das telas atuais.

Jony Ive, que teve uma relação intensa de criação com Steve Jobs, disse que sua conexão com Altman tem sido igualmente transformadora. A parceria começou há cerca de 18 meses com Peter Welinder, VP de Produto da OpenAI, e ganhou força no segundo semestre de 2024, quando decidiram que o projeto não poderia ser um ório, mas sim um núcleo da relação entre usuário e IA.

Altman afirmou que os dispositivos serão enviados aos s do ChatGPT, substituindo os computadores tradicionais: “Se você assina o ChatGPT, deveríamos simplesmente te enviar novos computadores para usar.”

O plano inclui criar uma “família de dispositivos”, com integração nativa entre hardware e software, inspirada na abordagem da Apple.

Concorrência com gigantes e desafios logísticos

A produção em massa será um desafio.

Altman reconhece que não será possível enviar 100 milhões de unidades no primeiro dia, mas quer superar o tempo recorde de adoção de produtos da indústria. O modelo de distribuição ainda está sendo fechado com fornecedores e montadoras globais.

A OpenAI já investiu em outras iniciativas de hardware, como a Ai Pin, da startup Humane, composta por ex-funcionários da Apple — porém o produto falhou em atrair o consumidor. Agora, com Ive e um controle criativo mais amplo, a promessa é evitar os erros anteriores. A previsão é lançar o novo dispositivo até o final de 2026 .

A novidade surge em meio a perdas financeiras crescentes. A OpenAI estima prejuízo de US$ 44 bilhões até 2029 , ano em que espera começar a lucrar.

Ainda assim, Altman aposta que a única forma de a IA conquistar presença direta na vida dos consumidores será por meio de novos dispositivos e não pelos apps controlados por Apple ou Google.

Com o projeto ainda em sigilo, Altman enfatizou a importância de manter o plano longe dos olhos da concorrência. “O segredo é fundamental”, disse.

Afinal, como ele mesmo resumiu, o objetivo não é apenas competir com os gigantes do setor — mas reinventar a forma como a humanidade interage com a tecnologia.

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