Repórter
Publicado em 6 de junho de 2025 às 14h59.
A física Laysa Peixoto, de 22 anos, foi escolhida para participar de uma missão espacial profissional marcada para 2029, o que pode torná-la a primeira mulher brasileira a ir ao espaço. Nascida em Minas Gerais, ela será parte da equipe do primeiro voo tripulado da empresa norte-americana Titans Space Industries, e vai atuar como astronauta de carreira, ou seja, envolvida diretamente em operações científicas e técnicas da missão.
O voo será comandado por Bill McArthur, ex-astronauta da NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, e deve se concentrar em testes com estações espaciais e em preparação para viagens à Lua e a Marte. A participação da brasileira foi anunciada por ela mesma em sua conta no Instagram, nesta quinta-feira, 5.
Laysa será a terceira brasileira a viajar ao espaço, caso a missão ocorra como planejado. Antes dela, apenas dois brasileiros aram pela experiência: o ex-ministro Marcos Pontes, em missão da NASA em 2006, e o engenheiro Victor Hespanha, que voou como turista espacial em 2022 com a Blue Origin, empresa fundada por Jeff Bezos.
Diferente de Hespanha, que participou de um voo curto e sem funções operacionais, Laysa terá papel técnico. Desde 2023, ela trabalha na NASA, onde lidera um grupo de pesquisa focado no desenvolvimento de tecnologias espaciais, como sensores e materiais adaptados para ambientes fora da Terra. No mesmo ano, foi incluída na lista Forbes Under 30, que destaca jovens com impacto em suas áreas.
A formação da jovem inclui experimentos com gravidade zero, nome dado aos testes realizados em ambientes que simulam a ausência de peso. Ela também participa do projeto Orbiter, missão científica que deve ser enviada até Encélado, uma das luas de Saturno, para investigar sinais de vida microbiana em oceanos subterrâneos.
Laysa é responsável pela coordenação científica da missão — algo inédito para uma brasileira na NASA. Até o voo de 2029, ela vai ar por treinamentos em voos suborbitais, testes técnicos em solo e formação como piloto.
A trajetória da mineira com o espaço começou ainda na adolescência. Aos 18 anos, ela identificou um asteroide em um projeto educacional da NASA voltado a jovens de fora dos Estados Unidos. Depois disso, conduziu dois projetos aprovados pela agência e se especializou em áreas ligadas à engenharia e à física espacial.
Além da carreira científica, Laysa mantém uma plataforma de divulgação chamada Elliptica Foundation, voltada à educação em ciência e tecnologia para jovens de escolas públicas. Em dezembro deste ano, ela vai integrar a organização do World STEM Summit, considerado o principal evento estudantil de ciências do mundo.