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iPhone domina, mas Apple vive crise: tarifas de Trump e vendas abaixo do esperado ameaçam gigante

Modelo base da Apple volta ao topo após dois anos, supera versões Pro e ajuda a sustentar as vendas globais da companhia mesmo em meio a incertezas no mercado

Publicado em 30 de maio de 2025 às 06h31.

O iPhone 16 foi o smartphone mais vendido do mundo no primeiro trimestre de 2025, segundo relatório divulgado na quarta-feira, 28, pela consultoria Counterpoint. É a primeira vez em dois anos que um modelo base da Apple ocupa o topo do ranking global.

A fabricante manteve sua hegemonia entre os cinco celulares mais vendidos do mundo. Na sequência do iPhone 16, aparecem os modelos Pro e o iPhone 15. A única marca concorrente a figurar no top 5 foi a sul-coreana Samsung, com o Galaxy A16 5G em quinto lugar.

Na China, os modelos Pro enfrentam obstáculos por causa de subsídios do governo local que oferecem descontos em aparelhos de até 6 mil yuans (cerca de US$ 833). Isso exclui os Pro da promoção. Mesmo assim, eles responderam por quase metade das vendas da Apple no país pelo terceiro trimestre consecutivo.

“Esta é uma vitória em um momento crucial para a Apple. Isso demonstra força na sua linha principal de produtos, apesar dos ventos contrários na economia e das incertezas em curso”, afirmou Jacob Bourne, analista da Emarketer, ao Business Insider.

Já William Kerwin, analista da Morningstar, pondera que o desempenho da Apple ainda está aquém do esperado. “O iPhone é rotineiramente o smartphone mais vendido — e o modelo base superar o Pro neste ano mostra o quanto os dois modelos estão mais próximos em termos de desempenho, já que ambos precisam de potência suficiente para rodar os recursos do Apple Intelligence”, disse o analista.

Segundo ele, a empresa concorre com seu próprio histórico. “As vendas do iPhone têm sido fracas neste ano e também nos dois anteriores”, disse Kerwin, lembrando que a receita com iPhones no primeiro trimestre fiscal ficou em US$ 69,14 bilhões, abaixo da estimativa de US$ 71,04 bilhões.

Outro destaque foi o iPhone 16e, versão de entrada lançada por US$ 599. O modelo apareceu em sexto lugar entre os mais vendidos de março, seu primeiro mês completo no mercado, e deve superar o desempenho do iPhone SE em seu primeiro ano.

“De forma geral, vimos uma redução na diferença entre os modelos de entrada, base e Pro neste ano”, observou Kerwin.

A Apple tem enfrentado um 2025 difícil. O CEO Tim Cook ainda lida com incertezas nas relações com o governo Trump. Em 23 de maio, o presidente Donald Trump afirmou que pretende aplicar uma tarifa de 25% sobre os produtos da Apple, após a empresa anunciar planos para transferir parte da produção de iPhones da China para a Índia.

“Consideramos a ideia de a Apple fabricar iPhones nos EUA um conto de fadas inviável”, escreveu Dan Ives, da WedBush Securities, em nota no mesmo dia.

Enquanto isso, o Apple Intelligence segue como uma preocupação para investidores. As ferramentas de inteligência artificial, promovidas como uma grande inovação em 2024, ainda não impulsionaram as vendas como esperado.

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