Pizza Hut: uma das marcas do maior grupo franqueado dos Estados Unidos, o Flynn Restaurant Group (Pizza Hut/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h00.
A terra dos grandes espetáculos e cassinos é também sede do maior evento de franqueados do mundo. A Multi-Unit Franchising Conference (MUFC) destaca empresários que começaram pequenos e viraram gigantes.
Em 2025, somados, os participantes operaram 26.000 unidades. No ano ado, o grupo faturou 16 bilhões de dólares. A maioria dos franqueados busca novas marcas para ampliar os negócios. No total, os participantes da MUFC querem abrir 3.000 unidades até 2026.
O maior evento de multifranqueados do mundo não ocorre nos Estados Unidos por acaso. O mercado americano de franquias é quase trilionário, com centenas de unidades operando em larga escala.
O setor reúne mais de 850.000 estabelecimentos, emprega cerca de 9 milhões de pessoas e deve gerar uma receita estimada em 936 bilhões de dólares em 2025.
O maior grupo franqueado dos Estados Unidos é o Flynn Restaurant Group. Fundado por Greg Flynn em 1999, o grupo começou com uma unidade da rede Applebee’s e hoje opera mais de 2.800 lojas, incluindo 1.250 unidades da Pizza Hut e centenas de lojas de Arby’s, Taco Bell, Wendy’s e Panera Bread.
Apesar da ausência na lista da bolsa americana, o grupo recebeu investimentos do Goldman Sachs e gera uma receita estimada em 4,6 bilhões de dólares. (Veja no quadro abaixo os outros dois maiores grupos franqueados dos EUA).
“O mercado brasileiro está cada vez mais profissionalizado, com redes estruturadas que colocam o franqueado no centro da operação. A diferença está na escala, muito maior nos Estados Unidos, mas esse gap vem diminuindo”, afirma André Friedheim, ex-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e membro da World Franchise Council (WFC).
A principal diferença entre o mercado americano e o brasileiro está na escala dos multifranqueados. Os 200 maiores franqueados americanos, por exemplo, têm em média 165 unidades e faturam, cada um, mais de 274 milhões de dólares por ano.
Ou seja, juntos, geram receita superior à do mercado brasileiro de franquias, cujo total alcançou 273 bilhões de reais no último ano.
Para o executivo, olhar para o mercado americano é, de certa forma, olhar para o futuro do franchising no Brasil. Um exemplo do poder da escala americana é a Marco’s Pizza. Fundada em 1978, a pequena pizzaria se tornou franquia há 20 anos e já soma mais de 1.200 unidades distribuídas por 35 estados americanos, além de países como Porto Rico e México.
Com planos para alcançar 4.000 lojas, a rede tem uma avaliação de mercado estimada em 1,5 bilhão de dólares. Para Antonio Brum, multifranqueado brasileiro que opera 14 lojas da Adidas, existem várias empresas no varejo nacional com potencial de escala escondidas por aí. “O modelo de franquias representa uma estratégia eficaz para ganhar escala e se tornar mais competitivo”, afirma Brum.
Ele destaca o futuro do franchising brasileiro, que a pela profissionalização dos franqueados e pela busca por investidores. “O futuro do franchising no Brasil depende da capacidade de buscar escala de forma organizada”, diz Brum. “Só assim poderemos competir em pé de igualdade com mercados mais maduros, ampliando a rentabilidade e a sustentabilidade dos negócios.”
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