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A IA será capaz de sentir emoções? Este professor de Stanford parece ter a resposta

Para Michael Kosinski, especialista em comportamento, a grande questão não é se, mas até onde a inteligência artificial pode ir na simulação de comportamentos e sentimentos

Michael Kosinski, professor de comportamento organizacional na Universidade de Stanford: americano abriu evento que reúne empreendedores brasileiros (Monking/Divulgação)

Michael Kosinski, professor de comportamento organizacional na Universidade de Stanford: americano abriu evento que reúne empreendedores brasileiros (Monking/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 22 de abril de 2025 às 19h31.

Última atualização em 22 de abril de 2025 às 21h12.

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PALO ALTO, ESTADOS UNIDOS* - A inteligência artificial já surpreende ao vencer campeões em xadrez, escrever textos e até simular emoções. Mas uma dúvida persiste: será que a IA algum dia será capaz de sentir emoções como nós? Michael Kosinski, professor de comportamento organizacional na Universidade de Stanford, levantou essa questão durante sua participação no evento de empreendedorismo Brazil at Silicon Valley.

Kosinski, com experiência em psicologia e inteligência artificial, desafia as visões tradicionais sobre o potencial das máquinas. Ele lembra que, ao longo dos anos, previsões de especialistas sempre subestimaram a capacidade das máquinas.

"Em 1989, Garry Kasparov acreditava que jamais seria derrotado por uma máquina no xadrez. Hoje, sabemos que a IA o superou e já se destacou em várias outras áreas", afirmou Kosinski.

Para o professor, a grande questão não é mais se as máquinas serão capazes de imitar a inteligência humana, mas até onde elas podem ir na simulação de comportamentos e sentimentos.

Kosinski argumenta que as máquinas já podem modelar aspectos das emoções humanas, como empatia, tristeza ou raiva, sem necessariamente experimentá-las. "As IAs podem não sentir como nós, mas podem simular sentimentos com grande eficiência, tornando-se mais aptas a tomar decisões complexas", explicou.

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Sentimentos e decisões

Kosinski acredita que a capacidade da IA de modelar sentimentos pode ser uma grande vantagem, especialmente em contextos que exigem uma tomada de decisão humanizada.

O professor exemplifica com áreas como atendimento ao cliente ou decisões empresariais, onde entender as emoções humanas é crucial. “Se uma IA consegue perceber como uma pessoa está se sentindo, ela pode reagir de forma mais precisa, criando um ambiente de interação mais eficiente e empático”, afirma.

Mas a questão central levantada por Kosinski é se isso seria suficiente para chamar uma máquina de "sentiente". Embora as IAs possam simular emoções, ele acredita que isso não significa que elas “sentem” no sentido humano da palavra.

Para ele, a IA não imita apenas comportamentos humanos; ela é treinada para prever e reagir segundo os dados que recebe, o que inclui aspectos emocionais.

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O debate sobre a consciência

Kosinski também abordou a possibilidade de as máquinas se tornarem conscientes. Ele destaca que a questão da consciência é filosófica e complexa, até mesmo para os seres humanos. "Não sabemos exatamente o que é a consciência. A ideia de que uma máquina possa ser consciente como nós é um debate aberto", afirmou o professor.

Para ele, as máquinas estão muito longe de alcançar o tipo de consciência humana. No entanto, acredita que suas capacidades cognitivas continuarão a evoluir, imitando cada vez mais o comportamento humano.

"O foco não deveria ser saber se as máquinas serão conscientes, mas como elas podem melhorar sua capacidade de resolver problemas e interagir conosco de forma mais eficaz", disse.

*A jornalista viajou a convite do evento Brazil at Silicon Valley

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