Ex-executivo da empresa alegou se sentiu difamado pela Frito-Lay após uma reportagem que negava a participação dele na criação do Flamin' Hot Cheetos
Cheetos (Fresno Bee / Colaborador/Getty Images)
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 30 de maio de 2025 às 08h36.

Um sabor de Cheetos se tornou um problema judicial para a PepsiCo e sua divisão de salgadinhos, a Frito-Lay. As empresas venceram o processo movido por Richard Montañez, ex-executivo que alegava ter sido difamado após a companhia negar sua autoria sobre os sabor Flamin’ Hot Cheetos.

O juiz John Holcomb afirmou que Montañez não apresentou provas suficientes de que a PepsiCo tenha agido com má-fé ao não contar o que ele chama de "história verdadeira". A decisão foi divulgada na quarta-feira, 28.

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Montañez começou como zelador na Frito-Lay, em 1976, e chegou ao cargo de vice-presidente de marketing multicultural da PepsiCo. Ele se aposentou em 2019 para atuar como palestrante motivacional.

Segundo ele, o conceito dos Flamin’ Hot Cheetos surgiu por volta de 1989, quando levou Cheetos sem sabor para casa, adicionou temperos e se inspirou no elote, espiga de milho mexicana com pimenta em pó.

A versão apimentada foi lançada oficialmente em 1992 e se tornou uma marca bilionária. Montañez ou a relatar sua experiência em palestras, cobrando entre US$ 10 mil e US$ 50 mil por evento — até 35 por ano.

A situação mudou em 2021, quando uma reportagem doLos Angeles Timesnegou sua autoria, classificando o relato como “lenda urbana”. A Frito-Lay, citada na matéria, negou inicialmente que ele tivesse criado o produto.

Após a repercussão, a empresa afirmou que os comentários haviam sido mal-interpretados e que não havia razão para desacreditar suas contribuições no desenvolvimento de novos produtos da linha Cheetos.

Rejeição judicial e repercussão cultural

Em 2023, Montañez afirmou que a PepsiCo recusou participar de um documentário sobre sua vida, a menos que o filme retirasse a alegação de que ele criou os Flamin’ Hot. O juiz considerou que isso também não configurava difamação.

Holcomb explicou que o padrão legal exige “desprezo intencional pela verdade”, o que não se aplicava ao caso. Ele destacou ainda que Montañez se apresentava como “parte do cânone cultural”.

A história de Montañez inspirou o filme Flamin’ Hot, dirigido por Eva Longoria e lançado em 2023. O ex-executivo também publicou dois livros autobiográficos com versões semelhantes da narrativa.

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