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Zelensky diz que é um 'sinal positivo' que Moscou comece a considerar o fim da guerra

Em um tom pouco habitual em relação à Rússia, Zelensky afirmou que vê como "um sinal positivo" o fato de Moscou estar considerando o fim da guerra

Guerra na Ucrânia: a declaração de Vladimir Putin sobre iniciar conversações diretas com a Ucrânia em Istambul, veio após os mandatários da Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se reunirem no sábado (Tetiana Dzhafarova/AFP)

Guerra na Ucrânia: a declaração de Vladimir Putin sobre iniciar conversações diretas com a Ucrânia em Istambul, veio após os mandatários da Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se reunirem no sábado (Tetiana Dzhafarova/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de maio de 2025 às 08h42.

O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, declarou neste domingo, 11, que vê como um "sinal positivo" o fato de que a Rússia esteja considerando pôr fim à guerra na Ucrânia, mas afirmou que o "primeiro o" para cessar os combates é um compromisso com uma trégua a partir de segunda-feira.

Zelensky falou poucas horas após o presidente russo, Vladimir Putin, propor negociações diretas com a Ucrânia no dia 15 de maio em Istambul, sem, no entanto, aceitar o ultimato de um cessar-fogo incondicional de 30 dias proposto por líderes europeus com o apoio dos Estados Unidos.

"Não faz sentido continuar com a matança nem por mais um dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo que seja total, duradouro e confiável a partir de amanhã, 12 de maio", declarou Zelensky nas redes sociais. "A Ucrânia está disposta a se reunir", acrescentou.

Em um tom pouco habitual em relação à Rússia, Zelensky afirmou que vê como "um sinal positivo" o fato de Moscou estar considerando o fim da guerra, iniciada há mais de três anos com a invasão russa em 2022.

"É um sinal positivo que os russos finalmente tenham começado a considerar o fim da guerra", disse Zelenski.

"O mundo inteiro esperava por isso há muito tempo. E o primeiro o para encerrar verdadeiramente qualquer guerra é um cessar-fogo", completou.

A declaração de Vladimir Putin sobre iniciar conversações diretas com a Ucrânia em Istambul, veio após os mandatários da Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se reunirem no sábado com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, em Kiev. Em tom de ameaça, os líderes afirmaram que caso Moscou não aceitasse a proposta novas sanções seriam impostas, além de mais apoio militar para a Ucrânia.

Retorno às negociações bilaterais

Negociadores russos e ucranianos tiveram diálogos diretos em Istambul nas primeiras semanas do conflito, mas não conseguiram parar os combates. -- Propomos às autoridades de Kiev que retomem as conversações interrompidas em 2022 e, enfatizo, sem nenhuma condição prévia, iniciando sem demora na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul -- enfatizou Putin, acrescentando que iria ar seu par turco, Recep Tayyip Erdogan, para ajudar na organização.

Ainda de acordo com o presidente russo, é preciso que acabem os ultimatos e a retórica antirrussa europeia. -- Não excluímos que durante essas conversações possamos chegar a algum tipo novo de cessar-fogo – disse.

Raízes do conflito

As referências de Putin às “raízes do conflito" na Ucrânia envolvem uma ampla gama de queixas contra Kiev e o Ocidente, usadas pelo líder russo para justificar o lançamento da ofensiva em fevereiro de 2022.

Algumas delas incluem a suposta necessidade de "desnazificar" a Ucrânia, proteger os falantes de russo no leste do país, fronteira com a Rússia, e a península da Criméia, além da expansão da Otan até as fronteiras russas e o giro geopolítico de Kiev rumo ao Ocidente.

Outro ponto é o fato da destituição do então presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, em fevereiro de 2014. À época, Putin declarou que houve um golpe de estado, sendo que em menos de 15 dias a Rússia enviou tropas para a Criméia, região ucraniana de maioria russa.

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