Mototáxi em São Paulo: disputa judicial mantém serviço ativo nos aplicativos Uber e 99 (PeopleImages/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 21 de maio de 2025 às 15h57.
Última atualização em 21 de maio de 2025 às 16h13.
Cinco dias depois da proibição judicial do mototáxi em São Paulo, tanto a Uber quanto a 99 seguem oferecendo o serviço em seus aplicativos na cidade.
O Globo fez pedidos de viagens em bairros do Centro expandido na tarde desta quarta-feira nas duas plataformas, e a opção segue ativa. O serviço tem ainda promoções para se tornar mais atrativo, e um trajeto entre o bairro do Butantã e o Aeroporto de Congonhas, por exemplo, saía por R$ 4,30 na 99 e R$ 11 na Uber — de carro, os trajetos não custam menos de R$ 30.
Em nota, a Uber afirmou que "pediu esclarecimentos" ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e aguarda manifestação, e destacou que "já obteve decisões judiciais favoráveis, inclusive no âmbito de mandado de segurança, reconhecendo a legalidade da atividade e declarando inconstitucional o decreto da prefeitura que proíbe motoapp na cidade".
A 99 afirmou que recebeu a notificação judicial e "está utilizando o prazo oferecido para analisar a decisão e pedir esclarecimentos ao desembargador que proferiu a decisão".
Já a Procuradoria-Geral do Município afirmou que "está tomando as medidas judiciais cabíveis em virtude do descumprimento da decisão judicial" e que a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte notificou istrativamente as empresas.
O transporte por moto em São Paulo é alvo de uma batalha judicial desde o início do ano. A decisão mais recente é do desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público do TJSP, que no último dia 16 acolheu um pedido da prefeitura e determinou a proibição do modal. Dois dias antes, 99 e Uber haviam voltado a oferecer essa opção de viagem em seus aplicativos após uma decisão judicial de primeira instância ter liberado o serviço.
Ao suspender o serviço na semana ada, o desembargador destacou que ainda há na Justiça uma ação de constitucionalidade que questiona o decreto editado em 2023, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que proibiu o transporte remunerado de ageiros por motocicletas na cidade. O magistrado ainda ponderou que, como o serviço estava proibido, a cidade precisa regulamentar o tema em até 90 dias, o que ainda não foi feito.
Em 14 de janeiro, a 99 começou a oferecer a opção de transporte por moto em seu aplicativo, em bairros fora do centro expandido, e imediatamente o prefeito anunciou que o serviço estava proibido por conta de um decreto editado em 2023 que proíbe a modalidade na cidade. A empresa questionou, argumentando que somente uma lei federal poderia proibir o serviço.
Em 27 de janeiro, um desembargador do TJSP atendeu a um pedido da prefeitura e mandou a 99 suspender o serviço. Um mês depois, em 26 de fevereiro, uma decisão judicial de primeira instância declarou inconstitucional o decreto de Ricardo Nunes que proibia o mototáxi na cidade. Mesmo assim, como a decisão de janeiro não havia sido revogada, a proibição seguiu. Na semana ada, a Justiça liberou o serviço que dois dias depois foi novamente suspenso.