Shigeru Ishiba será recebido na Casa Branca nesta sexta-feira, 7; o político é o segundo líder internacional a ser recebido por Trump
Donald Trump: presidente americano tem adotado uma abordagem mais convencional com os aliados americanos na Ásia e no Pacífico (Andrew Harnik/Getty Images//AFP Photo)

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 06h43.

O presidente americano Donald Trump irá receber nesta sexta-feira, 7, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba na Casa Branca. A expectativa é que os dois políticos, preocupados com a ascensão da China, fortaleçam as parcerias de comércio e segurança entre seus países.

Para Tóquio, a visita do primeiro-ministro à Casa Branca é um sinal promissor da relação com o governo Trump. Ishiba é o segundo líder internacional a ser recebido pelo presidente americano neste segundo mandato — só foi antecedido pelo premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.

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Trump era próximo do falecido primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, mas não tem relação com Ishiba, que assumiu o cargo em outubro do ano ado. Para aproximar os dois políticos, o governo japonês deve convidar Trump para visitar o Japão.

Guerra comercial

O presidente americano parece ter adotado uma abordagem mais convencional nas relações internacionais com os aliados dos Estados Unidos na Ásia e no Pacífico, como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Filipinas.

No entanto, as tarifas alfandegárias prometidas pelo presidente americano colocam em risco essas relações comerciais. Logo no começo de seu segundo mandato, Trump impôs tarifas de 10% sobre todas as importações chinesas. Nos últimos dias, tem ameaçado taxar outros parceiros comerciais, como a União Europeia.

O Japão depende do comércio internacional para exportar seus produtos e importar alimentos e recursos naturais. Tóquio compartilha a visão de Trump sobre as ambições globais de Pequim, mas, ao mesmo tempo, muitas de suas empresas investem e dependem da China.

Segundo informações da agência Reuters, autoridades japonesas temem que Pequim tente atrair Trump com promessas de cooperação internacional e acordos de comércio após a imposição das tarifas alfandegárias americanas.

Autoridades do Japão confidenciaram à Reuters que se sentem mais confortáveis com membros do governo Trump menos favoráveis à China, como o secretário de Estado Marco Rubio e o assessor de segurança nacional Michael Waltz. Aqueles que têm laços comerciais mais fortes com Pequim, como o bilionário Elon Musk, os deixam menos à vontade.

O governo japonês espera que Trump exija concessões para reduzir o superávit comercial bilateral de US$ 56 bilhões e evitar tarifas. Segundo a Reuters, Tóquio considera a possibilidade de comprar mais gás natural liquefeito dos Estados Unidos e oferecer apoio a um gasoduto de US$ 44 bilhões no Alasca.

Recentemente, o CEO do grupo SoftBank, Masayoshi Son, também prometeu investir centenas de bilhões de dólares em inteligência artificial nos Estados Unidos.

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