Freelancer
Publicado em 6 de junho de 2025 às 09h31.
As tarifas comerciais dos Estados Unidos estão afetando a economia sueca antes mesmo de entrarem em vigor. A ministra das Finanças da Suécia, Elisabeth Svantesson, em entrevista à CNBC, explicou que embora o país tenha uma economia sólida, com uma baixa dívida, a incerteza gerada pela política comercial dos EUA tem gerado flutuações nos mercados financeiros, afetando o bolso das famílias suecas.
"O impacto já está sendo sentido, pois oito em cada dez suecos investem em fundos ou ações, e quando o mercado oscila, isso pesa no orçamento familiar", afirmou Svantesson.
O governo sueco revisou para baixo suas projeções de crescimento econômico, prevendo uma expansão de apenas 1,8% para 2025, devido às tarifas e à instabilidade global.
O primeiro trimestre de 2025, de acordo com dados oficiais, registrou uma contração de 0,2% no PIB, refletindo o impacto das tarifas e da incerteza sobre os mercados financeiros. Svantesson enfatizou que a imprevisibilidade das tarifas comerciais dos EUA está prejudicando a confiança e a capacidade de investimento das empresas suecas.
A Suécia, um país que depende fortemente das exportações, está particularmente vulnerável às tarifas impostas pelo presidente dos EUA. Os exportadores suecos enfrentam tarifas de até 20% sobre produtos da União Europeia, incluindo itens como automóveis e aço. O presidente Trump, em abril de 2025, anunciou tarifas de 20%, reduzidas temporariamente para 10%, mas voltou a ameaçar aumentar para 50% no final de maio, deixando as empresas em um estado de incerteza.
A queda na confiança dos consumidores também tem impacto no consumo, com uma desaceleração já visível nos dados do PIB. Morten Lund, economista-chefe da JPMorgan para a Escandinávia, apontou que a confiança do consumidor sueco caiu drasticamente, afetando diretamente o consumo e projetando um segundo trimestre de 2025 igualmente fraco.
Em março de 2025, os suecos possuíam aproximadamente 268 bilhões de coroas suecas (US$ 27,8 bilhões) em ativos líquidos, com uma parcela significativa disso aplicada em fundos. No entanto, a instabilidade provocada pelas políticas comerciais dos EUA levou muitos investidores a transferir seus investimentos para fundos europeus e suecos, reduzindo a exposição a ativos norte-americanos.
As tarifas de 20% afetaram diretamente produtos exportados para os Estados Unidos, como automóveis, máquinas e aço. A ministra Svantesson expressou preocupação com o impacto contínuo, afirmando que as empresas estão adiando investimentos, pois não sabem qual será o valor final das tarifas e as condições de negociação entre os EUA e a União Europeia.