Religioso é responsável por rito fúnebre e também pela organização do conclave que definirá sucessor do pontífice
Cardeal Giovanni Battista Re, durante as celebrações de Páscoa (Tiziana Fabi/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de abril de 2025 às 06h42.
O funeral do papa Francisco é realizado na manhã deste sábado, dia 26 de abril, no Vaticano, num último o do rito fúnebre antes do sepultamento do Pontífice, que acontece no mesmo dia, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. O rito é presidido pelo cardeal Giovanni Battista Re, uma das figuras mais experientes e respeitadas da Igreja Católica.
A parte final do rito funeral do pontífice da Igreja Católica acontece ao fim de um velório de três dias, que começou na quarta-feira, na Basílica de São Pedro. O corpo de Francisco foi levado da residência de Santa Marta, onde ele morreu, na segunda-feira, e ficou exposto na Basílica de São Pedro para as últimas despedidas de milhares de fiéis.
Segundo o Vaticano, Francisco foi vítima de um AVC, que o pôs em coma e levou a uma insuficiência cardíaca.
A escolha do cardeal Giovanni Battista Re para celebrar o funeral do papa Francisco segue o protocolo tradicional da Igreja, já que Re ocupa atualmente o cargo de Decano do Colégio Cardinalício — posição reservada ao cardeal mais graduado, responsável por presidir cerimônias fúnebres papais e orientar o conclave que elegerá o novo Pontífice.
Nascido na Itália em 1934, Giovanni Battista Re entrou para o seminário aos 11 anos, em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, e foi ordenado sacerdote em 1957. Com formação em Roma, seguiu uma longa carreira dedicada à diplomacia e à istração interna da Santa Sé.
Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, Re atuou em nunciaturas apostólicas no Panamá e no Irã entre as décadas de 1960 e 1970, e mais tarde ocupou cargos de destaque na Secretaria de Estado do Vaticano, órgão responsável pelos assuntos internos e externos da Igreja.
Em 2000, foi nomeado Prefeito da Congregação para os Bispos, onde ou a ter papel decisivo na escolha dos novos bispos ao redor do mundo, e ou a trabalhar diretamente com o Papa João Paulo II. Giovanni Re também participou do conclave de abril de 2005 para a eleição do Papa Bento XVI e do conclave de março de 2013, que elegeu o Papa Francisco.
Reconhecido por seu perfil discreto e sua profunda familiaridade com os bastidores do Vaticano, Re foi escolhido Decano do Colégio Cardinalício em 2020, tornando-se, assim, a principal autoridade entre os cardeais. Em janeiro de 2025, o posto de Decano do Colégio Cardinalício foi renovado sob aprovação do Papa Francisco. Agora, aos 90 anos, ele será o rosto da Igreja durante a missa de adeus ao Pontífice.
O caixão foi levado em procissão na quarta-feira para a Basílica de São Pedro. A procissão ou pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protomártires Romanos, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé. A procissão seguiu pelo Arco dos Sinos, Praça de São Pedro e entrará na Basílica do Vaticano pela porta central.
Na Basílica, o cardeal camerlengo, Kevin Joseph Farrell, presidiu a liturgia. Ao fim, iniciou-se um período de três dias de visitação, até o funeral.
No sábado, uma missa de corpo presente é celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, em frente à basílica onde o primeiro Papa latino-americano fez sua última aparição no Domingo de Páscoa. A missa é presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais, e concelebrada por patriarcas, cardeais, arcebispos, bispos e padres de todo o mundo.
A celebração da eucaristia no sábado é concluída com a "Ultima commendatio" e a "Valedictio", marcando o início dos "Novemdiales", os nove dias de luto e missas em sufrágio do Papa Francisco.
A pedido de Francisco, que simplificou as honras fúnebres, ele será sepultado no mesmo caixão que já está sendo utilizado, feito de madeira e zinco. Contrariando uma tradição que vem desde 1903, o Pontífice escolheu ter seus restos mortais enterrados na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não no Vaticano.
O túmulo, pediu Francisco, deve ser "simples", com uma única inscrição: "Franciscus", seu nome papal em latim.