Grupo islâmico assumiu responsabilidade pela ação emmuma mensagem no Telegram, em colaboração com a Jihad Islâmica Palestina
Redação Exame Publicado em 19 de agosto de 2024 às 09h34.
As autoridades de Israel confirmaram nesta segunda-feira, 19, que uma explosão na noite de domingo, 18, em Tel Aviv, que matou o suspeito que transportava o artefato e feriu outra pessoa, foi uma tentativa de ataque terrorista.
“Podemos confirmar que se tratou de um ataque terrorista que envolveu a explosão de um potente explosivo”, afirmou nesta segunda-feira a polícia israelense, que desde ontem à noite investiga o incidente juntamente com agentes da unidade antibombas, investigadores forenses e o serviço de inteligência doméstica (Shin Bet).
Como resultado da explosão, apenas um transeunte ficou ferido e foi levado ao hospital em estado moderado. O corpo do suposto terrorista, de cerca de 50 anos, estava gravemente desfigurado, razão pela qual ainda não foi identificado.
Pouco depois, o braço armado do grupo islâmico Hamas assumiu a responsabilidade pela ação, segundo uma mensagem no Telegram, detalhando que a realizou em colaboração com a Jihad Islâmica Palestina.
“As Brigadas afirmam que as operações de martírio nos territórios ocupados voltarão a ganhar destaque enquanto continuarem os massacres de ocupação, o deslocamento de civis e a política de assassinatos”, alertou o texto, em alusão à guerra na Faixa de Gaza e às incursões israelenses na Cisjordânia.
Segundo o jornal israelense “The Times of Israel”, o homem carregava uma bomba na mochila enquanto caminhava pela rua Lehi, no sul da cidade, quando o artefato explodiu. O “Haaretz”, por sua vez, afirmou que o alvo do ataque poderia ter sido uma sinagoga próxima.
A tensão crescente desde o início da guerra em Gaza, que já deixou mais de 40 mil mortos no enclave, levanta receios de uma escalada de violência em Israel, como já aconteceu durante a Segunda Intifada (2000-2005), com ataques suicidas de palestinos em espaços públicos como ônibus e casas noturnas.
Até agora em 2024, um total de 22 israelenses (metade deles soldados ou policiais) morreram em 14 ataques palestinos, incluindo esfaqueamentos, atropelamentos ou tiroteios, a maioria perto de assentamentos judeus no território palestino ocupado da Cisjordânia, de acordo com uma contagem da Agência EFE.
Do outro lado, pelo menos 292 palestinos foram mortos por fogo israelense na Cisjordânia, a maioria pelas mãos de militares durante as habituais incursões do Exército em Jenin, Tulkarem ou Nablus, entre outros centros da resistência armada palestina, e uma dúzia em ataques de colonos judeus, cada vez mais frequentes e violentos.
A explosão de domingo ocorreu pouco após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegar a Tel Aviv. Em sua 9ª viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra na Faixa de Gaza, ele se reunirá com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira para pressionar por um acordo de cessar-fogo.
A visita ocorre antes da retomada das negociações sobre o assunto, programadas para a próxima semana no Cairo. As conversas estavam paralisadas devido a um ime entre as partes e estão sendo retomadas à medida que a guerra avança pelo 10º mês e paira na região o temor de uma escalada sem precedentes frente à resposta anunciada pelo Irã ao assassinato do líder do Hamas em sua capital.
2 /26Veículos do exército egípcio são mobilizados ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza em 4 de julho de 2024 em el-Arish, no norte da Península do Sinai, em meio a batalhas contínuas entre o Hamas e Israel no território palestino sitiado. (Foto da AFP)(Veículos do exército egípcio são mobilizados ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza em 4 de julho de 2024 em el-Arish, no norte da Península do Sinai, em meio a batalhas contínuas entre o Hamas e Israel no território palestino sitiado. (Foto da AFP))
3 /26Parentes e apoiadores de israelenses mantidos reféns por militantes palestinos em Gaza desde os ataques de outubro acendem sinalizadores enquanto manifestam pela libertação dos reféns na cidade central de Tel Aviv em 29 de junho de 2024, em meio ao conflito contínuo na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. (Foto de JACK GUEZ / AFP)(Parentes e apoiadores de israelenses mantidos reféns por militantes palestinos em Gaza desde os ataques de outubro acendem sinalizadores enquanto manifestam pela libertação dos reféns na cidade central de Tel Aviv em 29 de junho de 2024, em meio ao conflito contínuo na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. (Foto de JACK GUEZ / AFP))
4 /26Palestinos deslocados deixam uma área no leste de Khan Yunis após o exército israelense emitir uma nova ordem de evacuação para partes da cidade e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 1º de julho de 2024, em meio ao conflito contínuo entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. (Foto de Bashar TALEB / AFP)(Palestinos deslocados deixam uma área no leste de Khan Yunis após o exército israelense emitir uma nova ordem de evacuação para partes da cidade e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 1º de julho de 2024, em meio ao conflito contínuo entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. (Foto de Bashar TALEB / AFP))
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Com informações de EFE e Agência O Globo