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Milei diz que sonegadores 'são pessoas que se protegeram de políticos ladrões'

Governo deverá anunciar em breve programa para anistiar quem tem recursos não-declarados

O presidente da Argentina, Javier Milei, durante comício em Buenos Aires em 18 de maio (AFP)

O presidente da Argentina, Javier Milei, durante comício em Buenos Aires em 18 de maio (AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 21 de maio de 2025 às 10h14.

O presidente da Argentina, Javier Milei, chamou sonegadores de impostos de 'heróis' e disse lamentar por aqueles que seguiram as regras e não 'conseguiram sair do sistema'.

Milei deu as declarações em entrevista ao canal de notícias A24. Ele comentava a iniciativa do governo de anistiar quem tem dinheiro não declarado e trazer os recursos de volta ao sistema bancário.

"O que definimos como ilícito são pessoas que tentaram se proteger de políticos ladrões. Digamos que são heróis", afirmou o presidente.

O apresentador então perguntou como ficaria a situação de quem cumpriu as regras e pagou os impostos devidos.

"Digamos que talvez eles não tiveram talento ou coragem o que seja para sair do sistema. Lamento que não conseguiram escapar. Mas o outro não fez nada de errado", afirmou.

Milei foi eleito com a bandeira de reduzir o tamanho do estado, a quem culpa pela crise econômica da Argentina, que dura décadas. Em várias ocasiões, ele já fez ataques ao pagamento de impostos e ao sistema político, que considera corrupto.

Anistia para recursos guardados

Nos próximos dias, seu governo deverá anunciar mais um programa para atrair de volta recursos não declarados, sem fazer perguntas. A medida teria sido adiada para não gerar efeitos nas eleições locais em Buenos Aires, segundo a imprensa argentina. O partido de Milei foi o mais votado na disputa.

Na Argentina, é mais comum guardar dinheiro em casa, por receio de intervenções bancárias como as que ocorreram em 2001. O governo argentino estima que haja entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões fora do sistema bancário no país.

Para Milei, os dólares economizados pelos argentinos ajudarão o país a ter mais recursos no sistema bancário para honrar compromissos. Criticos da medida, no entanto, ponderam que a anistia pode abrir espaço para que dinheiro de origem criminosa seja legalizado.

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