Tradição, que tem sido inserida no país por influência estrangeira, reforça ‘simbolismo patriarcal’, argumentam críticos Segundo informações do jornal britânico The Guardian, a influência global de filmes e séries é a responsável por inserir aos poucos a prática nos casamentos da Suécia (Loulou D'Aki/Bloomberg)Agência o GloboAgência de notíciasPublicado em 1 de setembro de 2024 às 15h25.Última atualização em 1 de setembro de 2024 às 15h31. 6j2t3o

O pai levar a noiva ao altar é uma tradição comum em muitos países, mas não na Suécia. Nos costumes tradicionais da nação europeia, baseados na igreja luterana, a noiva e o noivo caminham juntos durante a cerimônia. Porém, nos últimos anos, isso tem mudado – e despertado incômodo em membros da igreja.

Segundo informações do jornal britânico The Guardian, a influência global de filmes e séries é a responsável por inserir aos poucos a prática nos casamentos da Suécia. Em 2010, por exemplo, a princesa herdeira,Victoria, decidiu ser parcialmente conduzida ao altar por seu pai, o reiCarl Gustaf.

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Agora, uma moção foi apresentada num encontro da igreja sueca para proibir de vez que os pais levem as filhas ao altar nos casamentos religiosos realizados no país. Sara Waldenfors, uma pastora de Gotemburgo entre as que propôs o veto, disse que não há como escapar do "simbolismo patriarcal" atribuído à prática.

"A tendência relativamente nova de o pai conduzir a noiva pelo corredor e entregá-la ao seu novo marido não faz parte da nossa tradição na igreja. Mesmo que a cena pareça agradável para os futuros casais, não podemos ignorar o que ela simboliza: um pai entregando uma virgem menor de idade ao seu novo guardião", defendeu em entrevista ao Guardian.

Ela disse estar satisfeita que a moção tenha gerado o tipo de discussão que buscavam: "Foi uma luta tornar natural que as mulheres possam ser ordenadas como sacerdotes. Foi uma luta para que casais do mesmo sexo possam se casar na igreja sueca. Devemos então alterar uma tradição na igreja que não é nossa e não representa algo que podemos aceitar">política de privacidade