A Índia acusou o Paquistão de apoiar o "terrorismo transfronteiriço" depois que homens armados realizaram, em 22 de abril, o pior ataque contra civis na Caxemira, de maioria muçulmana, em um quarto de século
Membros da União de Riquixás Awami queimam uma faixa com imagens da bandeira nacional indiana e do primeiro-ministro Narendra Modi durante um protesto anti-Índia em Lahore, em 27 de abril de 2025. Tropas do Paquistão e da Índia trocaram tiros na disputada Caxemira pela terceira noite consecutiva, disseram autoridades em 27 de abril, enquanto as relações entre os rivais com armas nucleares despencavam para o nível mais baixo em anos (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de abril de 2025 às 15h31.

Soldados do Paquistão e da Índia trocaram tiros pela terceira noite consecutiva na região disputada da Caxemira, disseram autoridades neste domingo, 27, enquanto os dois rivais vivem o momento mais tenso em anos.

A Índia acusou o Paquistão de apoiar o "terrorismo transfronteiriço" depois que homens armados realizaram, em 22 de abril, o pior ataque contra civis na Caxemira, de maioria muçulmana, em um quarto de século.

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Islamabad nega esta versão e chama de "frívolas" as tentativas de vincular o Paquistão ao ataque, prometendo responder às ações da Índia.

Nesse contexto, o Exército paquistanês anunciou neste domingo que matou 54 milicianos que tentaram cruzar a fronteira noroeste do Afeganistão, sugerindo que a incursão foi orquestrada pela Índia.

O "grupo jihadista se infiltrou especificamente a mando de seus 'chefes estrangeiros' para realizar atividades terroristas", disse em um comunicado.

Mais cedo neste domingo, o Exército indiano realizou treinamentos navais — e divulgou imagens de navios de guerra disparando mísseis — enquanto as forças de segurança do país procuram os responsáveis pela morte de 26 pessoas em um local turístico em Pahalgam.

Os militares indianos também denunciaram disparos de armas de pequeno porte "não provocados", "iniciados pelo Paquistão" ao longo da Linha de Controle (LDC) que separa os dois países.

"(Nossas) tropas responderam efetivamente com fogo apropriado de armas pequenas", acrescentou.

O ministro da Informação do Paquistão, Ataullah Tarar, disse não ter confirmação oficial sobre tais disparos.

A polícia indiana divulgou cartazes para encontrar os três homens, dois paquistaneses e um indiano, que acusa serem membros do grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão, designado como "terrorista" pela ONU.

Sanções mútuas

O primeiro-ministro indiano, o ultranacionalista Narendra Modi, reiterou neste domingo que as vítimas de Pahalgam "obterão justiça".

"Terroristas e seus patrocinadores querem que a Caxemira seja destruída novamente, e é por isso que uma conspiração tão grande foi tramada", afirmou em seu discurso mensal por rádio à nação.

Após o ataque, a Índia suspendeu um tratado de compartilhamento de água, anunciou o fechamento de seu principal posto de fronteira terrestre com o Paquistão e reduziu as relações diplomáticas.

Em resposta, o Paquistão expulsou diplomatas e conselheiros militares indianos, cancelou vistos e fechou a principal agem de fronteira de seu território.

A ONU pediu moderação aos arquirrivais e que resolvam suas diferenças pacificamente.

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