Estados Unidos e China são os principais usuários dessa rota estratégica, por onde a 5% do comércio marítimo mundial
Chefe do Pentágono indicou que os Estados Unidos estão em conversações com a Autoridade do Canal do Panamá (AFP/AFP)
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Agência de notícias

Publicado em 9 de abril de 2025 às 20h17.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quarta-feira (9) que seu país busca um acordo com o Panamá para que os navios da marinha americana não paguem pedágio ao navegar pelo Canal do Panamá.

Em visita ao Panamá, o chefe do Pentágono indicou que os Estados Unidos estão em conversações com a Autoridade do Canal do Panamá, o órgão autônomo que opera a via, sobre um acordo para que seus navios de guerra em "sem custo".

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""Para nós era importante que, em momentos de contingência, nossas tropas possam ar primeiro e de graça. Agradecemos aos nossos parceiros panamenhos por estarem trabalhando conosco nisso"", afirmou Hegseth em coletiva de imprensa.

Panamá exige respeito aos tratados e à Constituição

Na véspera, o governo panamenho anunciou que, junto aos Estados Unidos, trabalhará em um acordo para “compensar o pagamento de pedágios e taxas” dos navios de guerra americanos.

O presidente Donald Trump reiterou que os navios da marinha americana pagam pedágios “onerosos” no canal, e por isso ameaçou “retomar” a via.

O canal foi construído pelos EUA e inaugurado em 1914, mas ou ao controle do Panamá em 1999, após os tratados assinados em 1977. Esses acordos estabelecem que todos os navios devem pagar as mesmas tarifas com base em capacidade e carga, independentemente do país de origem ou destino.

Reação do governo panamenho

Qualquer novo acordo precisa respeitar os tratados de 1977 e a Constituição do Panamá, afirmou o ministro de Segurança, Frank Ábrego.
""É preciso respeitar o Tratado de Neutralidade e a constituição política do nosso país, assim como nós respeitamos a constituição e as leis dos Estados Unidos ao entrar em qualquer tipo de negociação"", declarou Ábrego.

Estados Unidos e China são os principais usuários dessa rota estratégica, por onde a 5% do comércio marítimo mundial.

Controvérsia e números do canal

Em fevereiro, o Departamento de Estado americano afirmou que o Panamá havia aceitado não cobrar mais tarifas dos navios do governo dos EUA — o que foi negado pelo presidente panamenho, José Raúl Mulino.
""Tenho que rejeitar esse comunicado do Departamento de Estado porque está baseado em uma falsidade (...) isso é intolerável"", afirmou Mulino.

Segundo a Autoridade do Canal, desde 1998 apenas 0,3% dos navios que cruzaram a via eram de guerra ou submarinos americanos, somando US$ 25 milhões (R$ 151,5 milhões) em pedágios.

No ano fiscal de 2024, o canal gerou receitas de quase US$ 5 bilhões (R$ 30,3 bilhões).

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