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Diplomatas de 24 países faziam parte de delegação alvejada em Jenin por forças israelenses

A cidade de Jenin e em particular seu campo de refugiados são, desde meados de janeiro, um dos pontos principais da maior operação militar israelense na Cisjordânia

Militares de Israel fazem uma operação militar de quatro meses em Jenin ((Yenín) EFE/EPA/ALAA BADARNEH)

Militares de Israel fazem uma operação militar de quatro meses em Jenin ((Yenín) EFE/EPA/ALAA BADARNEH)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de maio de 2025 às 19h47.

Última atualização em 21 de maio de 2025 às 19h58.

Diplomatas de 24 países participaram de uma visita organizada pelo Ministério das Relações Exteriores da Palestina à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, sobre a qual as Forças de Defesa de Israel abriram fogo.

A delegação incluía representantes do Escritório da União Europeia e de 14 países do bloco: Portugal, Áustria, Irlanda, Espanha, Lituânia, Polônia, Romênia, França, Holanda, Finlândia, Itália, Alemanha, Dinamarca e Bélgica.

Representantes de Canadá, Reino Unido, México, Uruguai, Jordânia, Marrocos, Turquia, Egito, China e Japão também participaram, assim como do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA).

As imagens distribuídas pelo Ministério das Relações Exteriores da Palestina mostram um dos diplomatas, o chefe do escritório de representação do Marrocos na Palestina, Abderrahim Mouziane, sendo entrevistado por um jornalista.

O diplomata marroquino estava em frente a uma barreira de metal que as forças israelenses geralmente colocam para restringir a entrada em uma determinada área, e então tiros começaram a ser ouvidos.

Vários membros da delegação são então vistos se dirigindo aos seus veículos para deixar o local. No vídeo de 45 segundos, foram ouvidos sete tiros.

Em outro ponto da filmagem, pelo menos dois homens uniformizados israelenses podem ser vistos atrás da barreira ao fundo, apontando seus rifles para a delegação e atirando.

A visita contou com a presença de cerca de 30 pessoas, incluindo diplomatas e jornalistas, e foram convidados países com representação diplomática nos territórios palestinos.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina disse em um comunicado que a visita foi organizada para “observar as condições humanitárias e os crimes e violações cometidos pelas forças de ocupação na área”.

Na sequência, as forças israelenses acusaram a delegação diplomática de se “desviar da rota aprovada”, e os soldados dispararam tiros de “advertência”.

“As FDI lamentam o inconveniente causado”, disseram as forças israelenses em um comunicado, enfatizando que ninguém ficou ferido no incidente, que ocorreu em uma "zona de combate ativa".

Antes, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina alegou que as forças israelenses dispararam para “intimidar” o grupo de diplomatas.

A cidade de Jenin e, em particular, seu campo de refugiados são, desde meados de janeiro, um dos pontos principais da maior operação militar israelense na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005), na qual dezenas de palestinos foram mortos, incluindo vários menores de idade.

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