Mundo

Democratas dos EUA cogitam desistir de sobretaxa a milionários

Mesmo com desistência, a legenda pretende ir contra os republicanos nos esforços para prorrogar uma desoneração da folha de pagamentos

Um assessor disse que Obama não propôs a retirada da sobretaxa, mas deixou claro que estaria disposto a isso em troca da renovação da desoneração dos salários (Riccardo S. Savi/Getty Images)

Um assessor disse que Obama não propôs a retirada da sobretaxa, mas deixou claro que estaria disposto a isso em troca da renovação da desoneração dos salários (Riccardo S. Savi/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 08h42.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seus correligionários do Partido Democrata sinalizaram na quarta-feira a intenção de desistir de impor uma sobretaxa a milionários, mas continuam se contrapondo aos republicanos nos esforços para prorrogar uma desoneração da folha de pagamentos que beneficiaria 160 milhões de norte-americanos.

Os republicanos dizem que o imposto adicional sobre fortunas seria uma forma de taxar os "criadores de empregos". Obama discutiu a possibilidade de abandonar a proposta numa reunião com senadores democratas na Casa Branca, segundo fontes partidárias.

Um assessor disse que Obama não propôs a retirada da sobretaxa, mas deixou claro aos republicanos que estaria disposto a isso em troca da renovação da desoneração dos salários, que expira em 31 de dezembro.

"Demos um o significativo na direção deles, mas os republicanos não parecem se importar se um aumento de impostos para a classe média for evitado - então continuamos num ime", disse o assessor. "Eles não estão negociando." Se o benefício expirar, o imposto sobre os salários subirá de 4,2 para 6,2 por cento, resultando em um aumento médio de mil dólares por família por ano. Economistas independentes alertam que isso afetaria a já frágil recuperação econômica.

Paralelamente, os democratas propõem uma sobretaxa de 1,9 por cento sobre rendimentos que superem 1 milhão de dólares por ano, dinheiro que ajudaria a cobrir os 120 bilhões de dólares decorrentes da prorrogação por mais um ano da desoneração salarial. Os republicanos propõem que seja prorrogado o congelamento salarial de funcionários públicos federais.

Às vésperas do seu recesso, o Congresso é cenário de frenéticas negociações sobre projetos importantes, incluindo a renovação da desoneração salarial e de benefícios para desempregados, que começam a expirar no começo de 2012.

Democratas e republicanos duelam também por causa de um projeto, no valor de quase 1 trilhão de dólares, que mantém vários órgãos governamentais em funcionamento até o fim do atual ano fiscal, em 30 de setembro.

Sem acordo até a meia-noite de sexta-feira, órgãos voltados para saúde, educação, defesa, segurança doméstica e outros serviços terão de parar, o que abalará ainda mais a confiança da população nos parlamentares, muitos dos quais disputam a reeleição no ano que vem.

A Casa Branca sugeriu que o Congresso aprove uma medida orçamentária de curto prazo para manter as agências governamentais funcionando. Ainda não se sabe se os parlamentares acatarão a ideia.

Sem entrar em detalhes, o líder republicano na Câmara, Eric Cantor, disse a jornalistas: "Pretendemos agir para assegurar que não permitamos um fechamento."

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCrise econômicaCrises em empresasEstados Unidos (EUA)ImpostosIncentivos fiscaisLeãoPaíses ricosPersonalidadesPolíticaPolíticos

Mais de Mundo

Trump vai decreto para aumentar tarifas sobre aço e alumínio para 50%

Acusado por roubo, homem falsifica carta com ameaça a Trump para incriminar e deportar testemunha

Rússia restabelece circulação na Ponte da Crimeia após ataque ucraniano

Trump manda investigar legitimidade dos indultos concedidos por Biden