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Chefe de Estado do Canadá, rei Charles faz visita ao país em meio a ameaças de anexação de Trump

Monarca discursa na cerimônia de reabertura do Parlamento canadense, gesto lido como uma demonstração de apoio a Ottawa diante das tensões com Washington

O rei Charles III e a rainha consorte, Camilla, sendo recepcionados pelo governo canadense durante sua chegada em Ottawa (Victoria Jones - Pool//Getty Images)

O rei Charles III e a rainha consorte, Camilla, sendo recepcionados pelo governo canadense durante sua chegada em Ottawa (Victoria Jones - Pool//Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 26 de maio de 2025 às 17h02.

Última atualização em 26 de maio de 2025 às 17h28.

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O rei britânico Charles III desembarcou em Ottawa nesta segunda-feira para uma visita histórica que marca a reabertura do Parlamento canadense, na sua primeira viagem ao país desde que ascendeu ao trono. O movimento foi visto como uma demonstração de apoio após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de transformar o vizinho no 51º estado americano.

O monarca e chefe de Estado do Canadá, membro da Commonwealth, foi recebido na pista do aeroporto pelo novo primeiro-ministro, Mark Carney. Uma hora antes, o premier chamou a visita de uma "honra histórica, proporcional aos desafios" enfrentados pelo país.

Normalmente, o Discurso do Trono é proferido pelo Governador Geral, que representa a Coroa Britânica no Canadá. Esse discurso, o ponto alto de uma visita real de 24 horas à capital, Ottawa, detalhará as prioridades do novo governo de centro-esquerda de Carney.

Suas palavras serão examinadas de perto, especialmente em questões de soberania e relações comerciais, em um momento em que Trump continua repetindo seu desejo de anexar o país de 41 milhões de pessoas. Recentemente, ele também impôs um forte aumento nas tarifas alfandegárias no vizinho, com quem os EUA mantinham diversos acordos comerciais.

O soberano de 76 anos, que é obrigado a manter uma estrita neutralidade política, nunca fez o menor comentário público sobre as aspirações do presidente dos EUA, que, por outro lado, é um grande irador da família real.

Carney, primeiro-ministro desde meados de março, colocou a defesa da soberania do Canadá no centro de sua campanha. Em 6 de maio, Carney disse à Casa Branca que seu país "nunca estará à venda", em resposta ao presidente dos EUA que listou as "vantagens formidáveis" para os canadenses de se unirem em um "casamento maravilhoso".

Nas ruas de Ottawa, muitos moradores apreciaram o simbolismo da visita real.

— Dadas as ameaças atuais à nossa soberania, é importante que o chefe de Estado venha aqui e faça o discurso do trono pessoalmente — disse George Monastiriakos.

O homem de 30 anos se descreve como republicano, mas "neste momento, somos todos monarquistas", disse ele à AFP.

— O fato de a Coroa Britânica e mais de 50 países da Commonwealth apoiarem o Canadá nos ajuda neste momento — acrescentou.

A visita de Charles será a sua 20ª ao Canadá, mas a primeira desde que se tornou rei, em setembro de 2022. A rainha Elizabeth II, a falecida mãe do rei Charles, só veio fazer o Discurso do Trono duas vezes durante seu longo reinado: em 1957 e 1977.

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