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Após ataques a Harvard, governo Trump ameaça credenciamento da Universidade Columbia

Departamento de Educação dos Estados Unidos alegou que a instituição de ensino violou as normas antidiscriminação e demonstrou "indiferença" aos estudantes judeus

Universidade de Columbia: instituição de ensino está localizada em Nova York e é considerada uma das melhores dos EUA (	jianhaoguan/Getty Images)

Universidade de Columbia: instituição de ensino está localizada em Nova York e é considerada uma das melhores dos EUA ( jianhaoguan/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 4 de junho de 2025 às 16h53.

Última atualização em 4 de junho de 2025 às 16h58.

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O Departamento de Educação dos Estados Unidos declarou, nesta quarta-feira, 4, que a Universidade Columbia não cumpre mais os requisitos de credenciamento.

A pasta constatou que a instituição de ensino violou as normas antidiscriminação, o mais recente esforço do governo Trump para atingir universidades de elite pela forma como lidaram com os protestos em apoio aos palestinos, informou a Bloomberg.

A Secretária de Educação, Linda McMahon, divulgou uma nota na qual afirmou que a istração da universidade "demonstrou desinteresse deliberado em relação ao assédio de estudantes judeus em seu campus", após o início da guerra entre Hamas a Israel, em 7 de outubro.

"Os organismos de credenciamento têm um papel crucial na proteção dos recursos públicos destinados aos estudantes. Eles são responsáveis por determinar quais instituições podem ar empréstimos estudantis federais e Bolsas Pell. Da mesma forma que o Departamento de Educação deve garantir o cumprimento das leis antidiscriminação, os credenciadores devem assegurar que as universidades sob sua responsabilidade atendam aos padrões exigidos", afirmou Linda McMahon.

Argumentos

O Departamento de Educação informou à Comissão dos Estados Centrais para o Ensino Superior que constatou que a Universidade Columbia, localizada em Nova York, não garantiu a proteção adequada aos alunos durante os protestos, o que configuraria uma violação do Título VI da Lei dos Direitos Civis. O órgão também mencionou uma legislação federal que obriga os credenciadores a notificar as instituições membros em casos de descumprimento e a desenvolver um plano para corrigir as falhas.

"Se uma universidade não cumprir as exigências dentro do prazo estipulado, o credenciador deve adotar as medidas apropriadas contra a instituição", destacou o comunicado.

Até o momento, tanto a Universidade Columbia quanto a Comissão dos Estados Centrais não se manifestaram.

Pressão sobre as universidades

O governo de Donald Trump utilizou os protestos contra o conflito entre Israel e o Hamas, que afetaram os campi universitários, para pressionar as universidades a implementar uma série de mudanças políticas em áreas como issões e contratação de docentes, apresentando essas ações como uma forma de combater o antissemitismo.

No entanto, os líderes acadêmicos afirmaram que tais medidas comprometem a missão educativa e a liberdade de expressão nas universidades.

A notificação à Universidade Columbia ocorreu mesmo após o presidente Trump ter elogiado a instituição, comparando-a positivamente com a Universidade Harvard, alvo de críticas do governo em razão de a uma tentativa de revogar vistos de estudante e cortar financiamento federal.

"Creio que Columbia está lidando com a questão de forma séria", afirmou Trump nesta sexta-feira, durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval. "Eles tomaram boas decisões. Outras universidades também estão agindo, mas Harvard parece estar buscando ser uma figura de destaque."

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