Ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o FGTS deve manter o protagonismo na habitação, mas recursos que vêm do pré-sal podem ser perenes para financiar novas faixas de renda
Repórter de Mercados Publicado em 28 de maio de 2025 às 18h03. Última atualização em 28 de maio de 2025 às 18h12.
Para o ministro das Cidades,Jader Filho, o protagonismo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na promoção da casa própria está longe de ser substituído.
Em palestra durante o Summit Abrainc 2025, o ministro afirmou que o fundo funciona como um motor para o país graças à sua capacidade de garantir previsibilidade e volume de recursos para programas habitacionais e obras públicas.
Recentemente, o uso de parte do Fundo Social para a habitação possibilitou a criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida. Mesmo assim, o programa ainda depende majoritariamente do FGTS.
Na visão do ministro, isso deve continuar assim por um bom tempo. Atualmente, o FGTS é quase 800% superior ao Fundo Social.
Enquanto o pré-sal vai gerar R$ 15 bilhões para habitação em 2025 e 2026, R$ 134 bilhões virão do FGTS. Não à toa, o fundo foi responsável por 50% dos lançamentos imobiliários no país em 2024.
"No quesito habitação, este e o próximo ano já estão atendidos pelo pré-sal. Se respondermos conforme está sendo previsto pelo mercado, o fundo se tornará perene a novas faixas de renda. Por enquanto, ele é uma opção para além do FGTS", afirma o ministro.
Entre 2023 e 2025, 1,5 milhão de imóveis foram contratados pelo programa habitacional, sendo 1,2 milhão financiados pelo fundo, com um total de R$ 204 bilhões aplicados.
O Fundo Social foi criado em 2010 para financiar programas de combate à pobreza e promoção do desenvolvimento. Seus recursos provêm das receitas geradas pelas reservas de petróleo do pré-sal, incluindo bônus de de contratos de partilha de produção, royalties, taxas de participação especial e comercialização de óleo.
De lá até 2023, as receitas superaram as despesas, num superávit de quase R$ 44 bilhões. Mudanças legislativas fizeram com que ele pudesse ser usado em áreas além da saúde e educação, como no programa habitacional federal.
Nas contas de analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), o fundo tem potencial de pico de aproximadamente R$ 100 bilhões por ano quando a produção de petróleo do pré-sal atingir a maturidade a partir de 2030.