Invest

O que mudou no IOF? Entenda as alterações feitas pelo governo em 7 pontos

É estimado que os ajustes resultem em R$ 20,5 bilhões em arrecadação adicional em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026

IOF: imposto está presente em operações associadas a câmbio, títulos mobiliários, crédito e seguros.  (Jorge Araujo/Fotos Públicas)

IOF: imposto está presente em operações associadas a câmbio, títulos mobiliários, crédito e seguros.  (Jorge Araujo/Fotos Públicas)

Publicado em 23 de maio de 2025 às 15h58.

Última atualização em 23 de maio de 2025 às 15h59.

As novas regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) entraram em vigor nesta sexta-feira, 23. Anunciada pelo governo federal, a medida estabelece uma alíquota unificada de 3,5% para todas as operações de câmbio realizadas a partir do Brasil.  Isso impacta especialmente pessoas físicas em operações de câmbio, seguros e investimentos.

A conta feita pelo governo na última quinta-feira é que os ajustes no IOF resultem em R$ 20,5 bilhões em arrecadação adicional em 2025, e R$ 41 bilhões em 2026.

Investir no exterior pode ficar três vezes mais caro com aumento do IOF

O que mudou no IOF?

Para o cidadão comum, o crédito pessoal segue com a mesma carga tributária. As mudanças mais relevantes recaem sobre quem envia recursos ao exterior, usa o cartão internacional ou investe grandes valores em seguros como o seguro com cobertura por sobrevivência, como os planos de previdência do tipo VGBL.

Antes da mudança, as alíquotas para cartões de crédito e débito e cheques de viagem eram de 6,38% até 2022, com reduções para 5,38% em 2023 e 4,38% em 2024.

Desde janeiro, a taxa era de 3,38% — haverá, portanto, um pequeno aumento. As remessas para contas no exterior e compra de moeda estrangeiras em espécie, por sua vez, tinham taxa menor, de 1,1%.

No caso de seguro com cobertura por sobrevivência, antes a alíquota era de zero para qualquer valor aportado. Agora, a alíquota continua zero para aportes mensais de até R$ 50 mil. Mas, para aportes superiores a esse valor, a a ser cobrado IOF de 5%.

Tem que pagar o IOF para liberar empréstimo?

Para empréstimos há incidência de IOF, mas depende do tipo de mutuário.

Para pessoas físicas, o IOF sobre empréstimos continua zerado, ou seja, não há cobrança.

Já para empresas, microempreendedores individuais (MEI) e empresas do Simples Nacional, o IOF foi reajustado e a a incidir da seguinte forma:

  • Para pessoas jurídicas, a alíquota é de 0,0082% ao dia, independentemente da modalidade do empréstimo, mais uma alíquota única de 0,95% sobre o valor total da operação.

  • Para empresas do Simples Nacional e MEIs, em empréstimos de até R$ 30 mil, a alíquota diária é reduzida para 0,00274%, com uma alíquota única de 0,38%.

Com isso, a alíquota anual para pessoa jurídica pode chegar a até 3,95% ao ano, e para empresas do Simples Nacional, até 1,95% ao ano.

Qual a alíquota do IOF para empréstimo?

Para pessoas físicas, o IOF sobre empréstimos permanece zerado. Para pessoas jurídicas, a alíquota é de 0,0082% ao dia, somado 0,95% sobre o valor total da operação.

Já para empresas do Simples Nacional e MEIs, a alíquota diária é de 0,00274%, somado 0,38% sobre o valor total.

Qual a taxa do IOF para compras no exterior?

A alíquota do IOF para compras internacionais feitas com cartão de crédito, débito ou pré-pago é atualmente de 3,5% sobre o valor da compra, unificada para todas as modalidades.

O novo valor substituiu alíquotas anteriores que eram maiores. Por exemplo, 6,38% em 2022, reduzida gradativamente até 2025.

Qual o valor do IOF para transferência internacional?

Para transferências internacionais de dinheiro para contas próprias no exterior (como para viagens ou estudos), o IOF é de 3,5%. Para remessas entre contas de diferentes titulares, a alíquota varia entre 0,38% e 1,1%, dependendo do tipo da transferência. Já a compra de moeda estrangeira em espécie tem IOF de 1,1%, mas essa alíquota está prevista para ser zerada até 2028.

Para transferências de pessoas físicas para investimentos no exterior incidem 3,5% de IOF. Para transferências de empresas para o exterior, a alíquota seguirá como é hoje, de 1,1%, após o governo anunciar aumento e recuar.

Qual o IOF de compra internacional?

O IOF para compras internacionais com cartão é atualmente de 3,5%.

No entanto, para compras feitas diretamente em sites internacionais com envio para o Brasil, não há IOF, mas incidem outros impostos como o ICMS.

Vale destacar que, até 2024, o IOF para compras internacionais com cartão era de 4,38%, e há uma previsão gradual de redução da alíquota para operações de câmbio até zerar em 2028. A unificação recente, no entanto, fixou a alíquota em 3,5% para cartões internacionais.

O que é IOF?

Sigla para Imposto sobre Operações Financeiras, que também pode ser chamado de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, o IOF é um tributo federal, e assim, implica sobre pessoas físicas e jurídicas.

O IOF está presente em operações associadas a câmbio, títulos mobiliários, crédito e seguros, embora nem sempre ele seja necessariamente cobrado. 

O governo possui duas vantagens na cobrança do IOF no Brasil. Uma delas é justamente aumentar sua receita, assim como acontece com qualquer imposto que incide sobre produtos e serviços no Brasil.

Além disso, as informações do volume de pagamentos do IOF também auxiliam o governo a entender a dimensão da demanda de crédito que o país possui naquele momento, impactando nas decisões econômicas que podem ser adotadas pela política brasileira.

Acompanhe tudo sobre:IOFCâmbioDólarCompras

Mais de Invest

Ministério da Justiça abre leilão com carros, bolsas de luxo e diamantes; veja como participar

Como usar o stock picking para escolher melhor suas ações?

Como planejar sua aposentadoria com a estratégia dos três baldes de investimento

O que é asset allocation e por que ele é importante?