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O único brasileiro no ranking de conselheiros mais influentes do mundo

Depois de agem traumática pela Americanas, Sérgio Rial assumiu uma série de conselhos de istração – e se consolidou como um dos 250 conselheiros mais influentes do globo, segundo ranking do Wall Street Journal

Rial integra conselhos da Delta Airlines, Orbia, Cyrela, BRF e Vibra Energia, a dona da BR Distribuidora (Germano Luders/Exame)

Rial integra conselhos da Delta Airlines, Orbia, Cyrela, BRF e Vibra Energia, a dona da BR Distribuidora (Germano Luders/Exame)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 19 de maio de 2025 às 18h06.

Última atualização em 20 de maio de 2025 às 10h37.

Conhecido por sua trajetória no setor financeiro e pela agem relâmpago que culminou na descoberta de uma das maiores fraudes corporativas do Brasil na Americanas, Sergio Rial apareceu como único brasileiro no ranking dos 250 conselheiros mais influentes do mundo em 2025 feita pelo Wall Street Journal. Ele está na 46ª posição.

Hoje, Rial integra o conselho de empresas como Delta Airlines, Orbia, Cyrela, BRF e Vibra (ex BR Distribuidora), onde preside o conselho de istração.

O ranking “Top Board Directors” foi desenvolvido por The Wall Street Journal Leadership Institute. Para realizar a lista, foram avaliados o perfil individual e o desempenho das ações das empresas onde os diretores trabalham, avaliando as práticas de governança das empresas e a vulnerabilidade a vários riscos.

Quem é Sérgio Rial?

Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com especialização em economia pela Universidade Gama Filho, Rial começou sua trajetória internacional em 2004, ao ingressar na Cargill, nos Estados Unidos, onde chegou ao cargo de CFO global da companhia.

Em 2012, foi promovido à presidência da Seara, braço de alimentos da JBS.

Antes disso, atuou no banco Bear Stearns, em Nova York, no setor de investimentos, instituição posteriormente adquirida pelo JP Morgan em 2008. Também fez parte dos conselhos da Mosaic Fertilizantes e da gestora CarVal Investors, onde foi chairman.

Em 2014, assumiu o comando da Marfrig, com a missão de reestruturar a companhia em meio a altos níveis de endividamento e perdas causadas pelo câmbio. No ano seguinte, foi nomeado CEO do Santander Brasil, sucedendo Jesús Zabalza.

Nos seus quase seis anos à frente do banco, liderou uma transformação significativa, implementando mudanças estruturais e culturais que resultaram em um aumento notável na rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco subiu de aproximadamente 12% para cerca de 22%, tornando a filial brasileira a mais lucrativa do Grupo Santander globalmente.

Além disso, Rial ficou conhecido por seu estilo de liderança carismático e inovador, promovendo eventos internos que visavam motivar e engajar os funcionários, como apresentações performáticas em encontros corporativos. Num deles, em um estádio de futebol, ele chegou a se vestir de Homem Aranha.

Desde 2022, Rial preside o conselho de istração da Vibra Energia (ex-BR Distribuidora). Em 2024, foi reconduzido ao cargo por unanimidade em Assembleia Geral Ordinária.

Fraude na Americanas

Em janeiro de 2023, Sergio Rial renunciou ao conselho do Santander e assumiu por breve período como CEO da Americanas.

O executivo chegou com a missão de liderar a empresa rumo a um crescimento sustentável e à transformação digital. No entanto, sua gestão foi abruptamente interrompida apenas nove dias depois, em 11 de janeiro, quando ele e o CFO André Covre renunciaram após identificar inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões nos balanços da companhia.

A descoberta ocorreu durante as primeiras reuniões de transição, quando Rial foi alertado por executivos sobre dívidas bancárias não registradas adequadamente. Essas operações, conhecidas como "risco sacado", envolviam financiamentos para antecipação de pagamentos a fornecedores que não eram contabilizados como dívidas, inflando artificialmente os lucros da empresa.

A revelação do rombo gerou uma crise sem precedentes na Americanas, que culminou com um pedido de recuperação judicial e se revelou uma das maiores fraudes corporativas do Brasil.

Em depoimento à I das Americanas, Rial chegou a descrever o momento da descoberta como um "soco no estômago".

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