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'O último porto seguro para o capital': ouro supera US$ 3,5 mil por onça

Avanço repercutiu a tensão nos mercados diante da possibilidade de Trump demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve

Jefferies Financial Group: O ouro se firmou como [grifar]“o único porto seguro real que restou para proteção de capital. (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Jefferies Financial Group: O ouro se firmou como [grifar]“o único porto seguro real que restou para proteção de capital. (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Publicado em 22 de abril de 2025 às 10h13.

Última atualização em 22 de abril de 2025 às 13h07.

O preço do ouro superou os US$ 3,5 mil por onça nesta terça-feira, 22, um patamar inédito, antes de devolver parte dos ganhos. O avanço repercutiu a tensão nos mercados diante da possibilidade de o presidente Donald Trump demitir Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve.

Segundo analistas do Jefferies Financial Group à Bloomberg, o metal se firmou como “o único porto seguro real que restou” para proteção de capital. A avaliação reflete a perda de confiança nos instrumentos tradicionais de defesa diante do cenário geopolítico instável e do risco de políticas econômicas imprevisíveis.

O temor de desaceleração econômica nos Estados Unidos após o tarifaço de Trump fez o DXY, índice que mede o desempenho do dólar americano frente a uma cesta de moedas, cair 9%, retornando a níveis vistos em 2022.

A escalada do ouro, que chegou a subir 2,2% no dia, acompanha o fortalecimento de outras moedas de países desenvolvidos, como o iene e o franco suíço. O movimento ocorre em meio a críticas recorrentes de Trump contra a política monetária do Fed, com pedidos públicos por cortes imediatos nos juros, o que reacendeu debates sobre a independência da autoridade monetária americana.

A trajetória do ouro

A alta começou ainda no início de 2024, com os bancos centrais buscando diversificar suas posições em moeda estrangeira para além do dólar americano como forma de se proteger da ameaça de sanções. Em 2025, o ouro já acumula valorização de cerca de 32%, superando o desempenho da maioria das classes de ativos tradicionais.

A escalada reflete o movimento de investidores que abandonaram ações vulneráveis aos impactos da guerra comercial em curso. Em momentos de tensão, o mercado costuma buscar refúgio nos títulos públicos dos Estados Unidos e no dólar. No entanto, a recente deterioração nos preços dos papéis da dívida americana, somada ao desequilíbrio fiscal do país, tem reduzido essa preferência histórica.

Neste contexto, os bancos aram a transmitir uma visão mais otimista em relação ao ouro. O Goldman Sachs chegou a prever que o metal poderia atingir US$ 4 mil a onça em meados do próximo ano.

Como investir em ouro?

Investir em ouro pode ser feito de várias formas, dependendo do perfil do investidor e do tipo de retorno que ele busca.

As opções mais comuns incluem a compra de ouro físico, como barras ou moedas, e investimentos em produtos financeiros como fundos de investimento e contratos futuros.

Uma alternativa prática é investir em ETFs (Exchange Traded Funds), que acompanham a valorização do ouro sem a necessidade de armazenamento físico do metal. Além disso, os fundos de investimento focados em ouro oferecem a vantagem da diversificação e gestão profissional, permitindo que o investidor se beneficie da alta no preço do metal com a conveniência de um fundo gerido por especialistas.

Qual a quantidade mínima para investir em ouro?

Não há uma quantidade mínima definida para investir em ouro, pois isso depende do formato do investimento.

Se o investidor optar por comprar o metal físico, a quantidade mínima é geralmente determinada pelo peso das barras ou moedas que ele deseja adquirir.

Para investimentos financeiros, como ETFs ou fundos, a entrada pode ser a partir do valor de uma cota do fundo ou de um lote mínimo de contratos. Para quem quer começar com pouco dinheiro, a opção mais ível são os fundos de investimento, que permitem o ingresso com valores reduzidos, com a vantagem de não precisar se preocupar com o armazenamento do metal.

Quanto rende o ouro?

O rendimento do ouro depende da sua valorização no mercado global, que tende a ser impulsionada por fatores como crises econômicas, alta inflação e incertezas geopolíticas. Em momentos de crise, o ouro costuma ser visto como um ativo seguro, o que pode elevar seu preço.

Contudo, é importante lembrar que a rentabilidade do ouro também está sujeita a variações cambiais e taxas aplicáveis às operações, como taxas de corretagem e impostos. A volatilidade do preço do ouro significa que os rendimentos podem variar, sendo uma opção mais adequada para investidores que buscam proteção contra a inflação e volatilidade de outros ativos.

O que é uma onça de ouro?

A onça troy (unidade de peso usada no mercado de metais preciosos) é a medida padrão para comercializar o ouro, equivalente a aproximadamente 31,1 gramas.

Essa unidade tem origem no sistema de pesagem usado pelos comerciantes do Império Romano e é amplamente utilizada no mercado internacional. Investidores podem adquirir ouro em barras ou moedas que são pesadas em onças, com preços frequentemente cotados por onça troy. Essa medida é crucial para quem deseja negociar ouro em mercados globais, já que facilita a comparação e a conversão dos preços.

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