Argentina: Mercado Pago deve solicitar uma licença bancária ao Banco Central da Argentina para desenvolver mais seus serviços fintech no país (Mariano Garcia Gaspar / Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 29 de maio de 2025 às 10h39.
Última atualização em 29 de maio de 2025 às 10h53.
O Mercado Pago deve solicitar uma licença bancária ao Banco Central da Argentina para desenvolver mais seus serviços fintech no país. O movimento condiz com sua abordagem em outros países — o Mercado Livre solicitou uma licença bancária no México em 2024 para melhorar suas capacidades e serviços, especialmente em investimentos e crédito.
“Estamos construindo o maior banco digital da América Latina. Em uma região que ainda enfrenta desafios no o a serviços de qualidade, queremos mudar a forma como os usuários interagem com o sistema financeiro, com um banco digital onde todos ganham”, disse Juan Martín de la Serna, presidente do Mercado Libre Argentina, em nota.
Alejandro Melhem, vice-presidente sênior do Mercado Pago para a América Latina hispânica, afirma que esse é um o natural, que não implica uma mudança na estratégia da empresa, que segue “crescendo para se tornar o maior banco digital da região”.
Analistas do Goldman Sachs afirmam que isso pode proporcionar maior flexibilidade de financiamento, mas que o processo de aprovação pode levar mais de um ano.
A instituição lembra em relatório que a Argentina representou cerca de 30% da receita dos últimos 12 meses do Mercado Pago no geral, em comparação com cerca de 15% da receita de comércio no mesmo período.
Apesar de a MELI não divulgar a divisão de sua carteira de empréstimos por região, analistas acreditam que a Argentina responda por cerca de 15% do total. Para o final de 2024, a estimativa é que o grupo tinha uma carteira de empréstimos de cerca de US$ 1 bilhão no país, o que implicaria uma participação de cerca de 1,5% do mercado total de crédito.
Nas teleconferências do primeiro trimestre deste ano e do quarto trimestre do ano ado, a gestão já havia destacado taxas de crescimento pronunciadas na carteira de empréstimos no país. Vale lembrar que o Mercado Pago já é um dos principais aplicativos fintech na Argentina, à frente de bancos líderes como o BNA e o Galicia.
Também em linha com o que foi abordado na última teleconferência de resultados, analistas do Goldman Sachs esperam que a MELI lance seu cartão de crédito na Argentina já no segundo semestre deste ano. Os altos níveis de penetração e a onipresença do MercadoPago na Argentina, com a demanda reprimida por crédito, podem apoiar a eficiência na cobrança do crédito.
A gestão, por isso, não descartou a possibilidade de uma expansão mais rápida do que no Brasil ou México a depender dos riscos macroeconômicos e do ganho de confiança no país.