87 ações que compõem o índice no azul, com destaque para o setor financeiro (coffeekai/Getty Images)
Editora do EXAME IN
Publicado em 21 de maio de 2025 às 14h12.
Última atualização em 21 de maio de 2025 às 14h55.
O Ibovespa bateu o recorde nominal de 140 mil pontos no pregão de ontem, acumulando alta de mais de 16% no ano.
Desde 8 de abril, quando o índice bateu seu vale após o tarifaço de Trump, o avanço é de 20% em dólares, num movimento generalizado, com 87 ações que compõem o índice no azul, com destaque para o setor financeiro.
Sete empresas, contudo, ficaram na lanterna, com resultados abaixo do esperado ou dinâmicas próprias que fizeram com que não se beneficiassem do amplo fluxo externo que impulsionou o índice de referência da bolsa, segundo levantamento feito pelo BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME).
A empresa foi o desempenho mais negativo no período foi a Azul (AZUL4), com recuo de 64%. Em dificuldades financeiras, a companhia aérea teve uma forte queima de caixa no primeiro trimestre – o que, na avaliação de alguns analistas, a deixa mais próxima de um pedido de recuperação judicial.
A RD Saúde (RADL3), dona das redes de farmácias Raia e Drogasil, vem logo em seguida, com um recuo de 23,1% no período. A performance se seguiu a um balanço do primeiro trimestre que veio muito abaixo das expectativas.
A empresa, que sempre foi uma das queridinhas do mercado, negociando com múltiplos elevados pela sua capacidade de execução viu seu lucro cair 17% em relação ao mesmo período de 2024, com preocupações. Os investidores se preocupam tanto com o crescimento sustentável, com as vendas nas lojas maduras da companhia abaixo da inflação de medicamentos, quanto com a rentabilidade, que recuou com aumento da concorrência e um mix menos favorável de produtos.
O Banco do Brasil (BBAS3) também recuou por conta do balanço dos três primeiros meses do ano. Desde 8 de abril, as ações caíram 7,7%.
Nesse caso, ao contrário dos bancos privados, que mostraram bom desempenho na rentabilidade e no crescimento da carteira, a despeito dos juros mais elevados, a instituição viu a inadimplência disparar pressionada principalmente pela sua alta exposição ao agro. O BB chegou a retirar seu guidance para o ano diante das incertezas sobre o seu desempenho.
Entre as quedas, está também a Minerva (BEEF3), de carne bovina, que teve uma dinâmica bastante própria. Uma oferta de ações lançada em 7 de abril para aliviar seu endividamento tinha uma estrutura que incluía um bônus de subscrição para cada papel emitido na operação. Num primeiro momento, isso inflacionou os papéis, que tiveram alta expressiva – para colapsarem a partir do dia 29 de abril, quando deixou de valor o direito à bonificação.
Completam a lanterna do Ibovespa os papéis da BB Seguridade (BBSE3), com recuo de 5,1%, a resseguradora IRB (IRBR3), cujas ações caíram 4,6% e a Raízen (RAIZ4), que perdeu 0,6%.
Nomes | Preço | Net change | % Chg | Ticker |
---|---|---|---|---|
Azul S.A. | 1,08 | -1,93 | -0.641 | AZUL4 |
Raia Drogasil S.A. | 14,85 | -4,47 | -0.231 | RADL3 |
Banco do Brasil S.A. | 25,5 | -2,13 | -0.077 | BBAS3 |
BB Seguridade Participacoes S.A. | 38,39 | -2,06 | -0.051 | BBSE3 |
Minerva S.A./Brazil | 5,23 | -0,28 | -0.05 | BEEF3 |
IRB-Brasil Resseguros S.A. | 47,45 | -2,28 | -0.046 | IRBR3 |
Raizen S.A. | 1,68 | -0,01 | -0.006 | RAIZ4 |