Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ministra do Planejamento, Simone Tebet (EDU ANDRADE/Ascom/MF/Flickr)
Redatora
Publicado em 22 de maio de 2025 às 07h48.
Os mercados globais operam com cautela nesta quinta-feira, 22, à espera da possível votação, ainda hoje, do projeto do presidente Donald Trump que prevê cortes de impostos e aumento de gastos públicos. A proposta tem mantido a Câmara dos Estados Unidos em negociações intensas desde a madrugada e reacende preocupações com o já elevado déficit fiscal do país.
Na agenda econômica internacional, os dados preliminares dos índices PMI (que medem a atividade industrial e de serviços) começaram o dia pressionando o sentimento dos investidores. Na Alemanha, o PMI composto caiu para 48,6 em maio, indicando contração da atividade — puxada por uma queda acentuada no setor de serviços, que recuou ao menor nível em 30 meses. Em contraste, o índice Ifo de clima de negócios surpreendeu positivamente, subindo para 87,5 e mostrando leve melhora no otimismo empresarial.
Na Zona do Euro, o PMI composto também ficou abaixo do esperado, caindo para 49,5. O dado aponta perda de fôlego nos serviços, tradicional motor da economia europeia, com analistas atribuindo parte da fraqueza à incerteza gerada pela política comercial dos EUA.
No Reino Unido, o PMI subiu para 49,4, indicando que a atividade privada segue em contração, mas em ritmo mais moderado
Nos EUA, saem nesta manhã os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego (9h30), além das vendas de moradias usadas (11h) e o PMI preliminar de maio (10h45). Às 15h (horário de Brasília), o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, participa de um evento.
No Brasil, o dia também é de expectativa. A atenção está voltada para a divulgação, às 14h30, do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que trará as medidas preparadas pela equipe econômica para viabilizar o cumprimento da meta fiscal deste ano. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) comentam o relatório em entrevista coletiva marcada para as 15h.
Ainda nesta quinta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) realiza sua reunião ordinária, com divulgação dos votos prevista para as 18h.
Na Ásia, as bolsas encerraram o dia no vermelho. O Nikkei 225, do Japão, caiu 0,84%, enquanto o Topix recuou 0,58%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,22%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 fechou com queda de 0,45%.
Na China, o índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,19%, e o CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,06%.
Na Europa, os mercados abriram em queda, acompanhando o mau humor global. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 recuava 0,92%. Em Londres, o FTSE 100 caía 0,65%. O CAC 40, de Paris, perdia 0,96%, e o DAX, de Frankfurt, recuava 0,84%.
Nos EUA, após o forte tombo da véspera, os contratos futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiam 0,10% e 0,23%, respectivamente, enquanto os futuros do Dow Jones operavam em leve queda, com recuo de 0,04%.
Na quarta-feira, o Dow Jones afundou mais de 800 pontos, e o S&P 500 caiu 1,6%, pressionados pela disparada dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano.