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Máscaras cairão: Ryanair mostra tamanho do buraco das aéreas

Se as coisas estão ruins para low cost irlandesa, uma das mais rentáveis do setor, a situação das concorrentes é ainda mais dramática

Ryanair (Beata Zawrzel/Getty Images)

Ryanair (Beata Zawrzel/Getty Images)

LB

Leo Branco

Publicado em 27 de julho de 2020 às 06h40.

Última atualização em 27 de julho de 2020 às 18h50.

Maior companhia aérea low cost do mundo, a irlandesa Ryanair divulgou os resultados do segundo trimestre nesta segunda-feira. Para investidores e analistas da aviação civil, o balanço interessa sobretudo pelo impacto da covid-19 nos lucros.

A empresa perdeu 185 milhões de euros -- um resultado desastroso para a empresa, uma das mais rentáveis do setor. Em abril, no auge da pandemia na Europa, a companhia reduziu os voos em 99% -- os 2.500 diários viraram pouco menos de 20. Segundo a empresa, entre abril e junho do ano ado, seu lucro foi de 243 milhões de euros. As receitas, por seu turno, caíram 95% no período analisado.

Ainda assim, como tinha muito caixa antes da pandemia, a companhia até agora conseguiu manter as contas no azul mesmo com a turbulência forte que abateu as concorrentes. Em maio, no fim do ano fiscal de 2020, a Ryanair lucrou 1 bilhão de euros, quase 20% mais que no período anterior.

 

A empresa alertou investidores, no entanto, que os meses à frente seriam de "dificuldade". A lógica de muita gente que acompanha o setor é o de que se as coisas estão ruins pra Ryanair, a situação das concorrentes é ainda mais dramática.

Há duas semanas, a americana Delta Airlines, outra queridinha dos investidores por causa dos sucessivos resultados positivos, anunciou um prejuízo de 5,7 bilhões de dólares, o maior desde 2008, quando ainda enfrentava os efeitos de uma recuperação judicial.

A turbulência na Delta foi causada, em boa medida, pelo tombo na Latam, companhia chileno-brasileira da qual possui 20% das ações. Com a recuperação judicial pedida pela Latam na justiça americana, em março, 1,1 bilhão de dólares da Delta investidos na Latam viraram pó.

A segunda-feira também deve ter o anúncio de resultados do segundo trimestre da Singapore Airlines, bastante prejudicada pela redução dos voos de longa duração a partir da cidade-Estado onde está seu hub operacional. Outra que revela números hoje é a Aeroflot, companhia nacional da Rússia, quarto país com mais casos de covid-19, atrás de Estados Unidos, Brasil e Índia.

Até uma vacina ou um tratamento eficaz contra a covid-19 ficarem prontos, e os ageiros terem algum tipo de confiança para voltar a viajar num avião, a turbulência nos balanços das companhias aéreas deve continuar.

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