Notas estruturadas podem ser uma alternativa interessante para quem busca diversificação com estratégia, mas exigem compreensão clara de como funcionam (ABC/Abril Branded Content)
Publicado em 5 de junho de 2025 às 17h09.
Entre tantas opções do mercado financeiro, há produtos que prometem unir a proteção da renda fixa com o apelo da renda variável. É o caso das notas estruturadas, instrumentos que despertam interesse pela promessa de retorno diferenciado com risco controlado. Mas entender sua lógica é o obrigatório antes de aplicar qualquer valor.
As notas estruturadas, conhecidas no Brasil como Certificados de Operações Estruturadas (COE), são investimentos criados por bancos que combinam dois ou mais ativos financeiros — geralmente um título de renda fixa com instrumentos de renda variável. Essa estrutura permite construir cenários de retorno ajustados ao perfil e ao apetite de risco do investidor.
Na prática, o COE funciona como um produto “envelopado” com regras bem definidas: o investidor conhece, desde o início, o prazo, o funcionamento, as condições de retorno e o que pode ganhar ou perder dependendo do comportamento do mercado.
A lógica da nota estruturada se baseia em ativos subjacentes. Pode ser um índice (como Ibovespa ou S&P 500), uma ação específica, uma moeda estrangeira ou mesmo o ouro. O retorno dependerá da performance desses ativos no período combinado.
Em ambos os casos, os retornos são limitados e condicionados aos critérios pré-estabelecidos no momento da aplicação.
Embora atrativas, notas estruturadas exigem atenção redobrada. A estrutura do produto é complexa e, muitas vezes, difícil de compreender por completo. Um erro de interpretação pode gerar frustração com o resultado final.
Outro ponto crítico é a liquidez. Esses títulos têm prazo determinado e, em muitos casos, não podem ser resgatados antes do vencimento sem perdas significativas. Além disso, o risco de crédito — a chance de o emissor (geralmente um banco) não honrar o compromisso — deve ser levado em conta.
Quando bem estruturadas, as notas permitem o a mercados que seriam mais difíceis para o pequeno investidor, como bolsas estrangeiras ou commodities. São produtos personalizáveis, e por isso podem ser ajustados para estratégias defensivas ou mais agressivas.
A principal vantagem está na possibilidade de combinar proteção parcial ou total do capital com o potencial de retorno acima da renda fixa tradicional, principalmente em cenários favoráveis aos ativos escolhidos.
Antes de investir, avalie a solidez do emissor, entenda a mecânica dos ativos envolvidos e estude os possíveis cenários de retorno. Leia com atenção a lâmina da oferta e, se necessário, consulte um assessor de investimentos para entender se o produto realmente faz sentido dentro da sua carteira.
Notas estruturadas podem ser uma alternativa interessante para quem busca diversificação com estratégia, mas exigem compreensão clara de como funcionam. Em um ambiente onde retornos simples são cada vez mais difíceis, assumir certo grau de complexidade — com cautela — pode ser um diferencial competitivo para o investidor atento.