Incorporar essas habilidades exigiria mudanças profundas no treinamento das atuais inteligências artificiais; ao contrário, empresas apostam em “atalhos”
Meta já testa a ideia de "modelos baseados no mundo" com seu V-JEPA lançado em fevereiro

Publicado em 27 de maio de 2025 às 10h47.

Para Yann LeCun, cientista-chefe de inteligência artificial da Meta, há quatro características essenciais da inteligência, válidas para animais e humanos, as quais ainda não foram alcançadas pelos atuais modelos de IA. São elas: entender o mundo físico, ter memória persistente, raciocinar e planejar, especialmente ações complexas e hierárquicas.

Apresentada durante o AI Action Summit, em Paris, ao lado de Anthony Annunziata, líder da área da IBM, a visão de LeCun é que as atuais IAs, especialmente os grandes modelos de linguagem, ainda não atingiram esse patamar. Mais ainda, incorporar essas características requereria uma mudança em como elas são treinadas.

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Na contramão dessa necessidade, empresas de tecnologia têm adotado soluções complementares, como sistemas visuais independentes e métodos para aumentar a memória. “Atalhos”, segundo LeCun. A verdadeira evolução exigiria um novo paradigma de treinamento.

Por isso, ele defende os chamados “modelos baseados no mundo” ( world-based models ), que simulam cenários reais e raciocinam sobre o estado do mundo, prevendo consequências de ações em um nível abstrato. Essa abordagem reconhece a infinita e imprevisível complexidade do mundo físico e aposta na abstração para lidar com ela.

Essa ideia já é testada pela Meta com o V-JEPA, lançado em fevereiro. Trata-se de um modelo não-generativo que aprende ao prever partes ausentes em vídeos, não pixel a pixel, mas em representações abstratas, eliminando detalhes imprevisíveis. LeCun compara esse processo ao método dos químicos para compreender a matéria de forma hierárquica (de partículas até materiais, ando pelos intermediários átomos e moléculas).

CEO da Anthropic mantém otimismo sobre AGI

De maneira distinta, Dario Amodei, CEO da Anthropic, acredita que há progresso constante e generalizado rumo à transformação dos atuais modelos em Inteligência Artificial Geral (AGI) já para 2026.

Amodei é um dos mais otimistas com essa possibilidade, com suas manifestações indicando, inclusive, que um modelo poderia ser considerado AGI mesmo “alucinando” ou cometendo erros básicos.

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