Starlink tem mais de 7 mil satélites operacionais em órbita baixa (Odd Andersen/AFP)
Redator
Publicado em 22 de maio de 2025 às 11h56.
Última atualização em 22 de maio de 2025 às 11h57.
Com mais de 7 mil satélites operacionais em órbita baixa, a Starlink, da SpaceX, lidera o mercado global de internet via satélite. Mais de 5 milhões de clientes em 125 países são atendidos pela empresa de Elon Musk, que oferece baixa latência e alta velocidade. A expectativa é que, em 2025, ela tenha uma receita de US$ 12 bilhões e US$ 2 bilhões em fluxo de caixa livre.
O mercado de satélites em órbita baixa (LEO) tem acelerado nos últimos anos. Hoje, eles são 11 mil, mas as projeções indicam que, em uma década, o número desses satélites pode chegar a 100 mil. A disputa é estratégica e envolve aspectos comerciais, militares e geopolíticos. Por isso, diferentes atores buscam influência digital global.
Apesar da vantagem que a Starlink possui em velocidade de lançamentos, produção e financiamento, sua relação com governos gera cautela, especialmente por decisões de seu CEO no contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia ou sua atuação e ligação com o atual governo Trump.
Essa cautela faz com que países estejam buscando alternativas à empresa, seja no mercado privado ou desenvolvendo redes próprias. China e União Europeia são exemplos de investimento pesado em constelações próprias, visando garantir autonomia tecnológica e segurança nacional.
Apoiados por recursos bilionários do governo, os chineses preveem o desenvolvimento das redes Guowang e SpaceSail, com dezenas de milhares de satélites. No caso do projeto europeu Iris², o orçamento está na casa dos 10 bilhões de euros.
Há ainda outras concorrentes, como a sa Eutelsat (OneWeb) e a canadense Telesat (Lightspeed), ambas com participação nos mercados governamentais e empresariais e com apoio de seus respectivos países, especialmente para os necessários e bilionários investimentos.
Em abril, a Amazon iniciou o lançamento dos primeiros 27 satélites de sua aposta para competir no setor, o projeto Kuiper. Com um investimento entre US$ 16 bilhões e US$ 20 bilhões, a empresa espera oferecer um serviço limitado em 2025, mas com alcance global estimado para 2029. Ela aposta em sua ampla base de consumidores para impulsionar a adoção, inclusive com integração ao Amazon Prime.
Embora ainda em fase inicial, especialistas avaliam que a concorrência com a Starlink beneficiará consumidores, potencialmente estimulando redução de preços e melhorias nos serviços. Por outro lado, devido à estratégia agressiva da empresa de Elon Musk, que não prioriza retorno econômico imediato, uma eventual guerra de preços pode provocar desequilíbrios financeiros e, inclusive, levar à falência rivais que adotem modelos mais tradicionais.