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Varejo

Assaí corta projeção de lojas mais uma vez e vê cliente migrando para marcas mais baratas

Com juros em alta, companhia decidiu reduzir de 20 para 10 as aberturas de unidades em 2026, diz CEO

Assaí: decisão de reduzir novas lojas foi tomada diante do aumento das taxas de juros (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)
Assaí: decisão de reduzir novas lojas foi tomada diante do aumento das taxas de juros (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de maio de 2025 às 18:51.

Última atualização em 8 de maio de 2025 às 19:10.

No primeiro trimestre de 2025, o Assaí acelerou seus esforços para desalavancar a dívida, mas enfrentou desafios com a desaceleração do crescimento, que ficou abaixo da inflação, especialmente devido ao movimento de trade down entre os consumidores.

A companhia viu um crescimento de 5,5% nas vendas em mesmas lojas, um desempenho abaixo da inflação alimentar (na ordem de 7,5%), refletindo uma mudança no comportamento de compra da população, especialmente nas classes de menor poder aquisitivo. Os volumes não caíram, mas a receita de vendas, sim.

“Estamos vendo uma troca significativa de marcas e a redução no tamanho das embalagens, principalmente no Nordeste, onde a perda de renda é mais acentuada”, explica Belmiro Gomes, CEO do Assaí.

Apesar da maturação das lojas novas e do aumento das margens operacionais, o Assaí teve que revisar sua estratégia de expansão para 2026, reduzindo sua projeção de abertura de lojas de 20 para 10 unidades. A decisão foi tomada diante do aumento das taxas de juros. A companhia já havia reduzido também para 10 unidades sua projeção de lojas para 2025.

“A decisão de cortar a projeção de novas lojas não representa uma mudança de rota, mas sim uma resposta estratégica ao cenário econômico desafiador”, afirma Gomes. Para o Assaí, reduzir o ritmo de expansão visa manter o foco em rentabilidade e geração de caixa. “O objetivo é reduzir nossa alavancagem sem comprometer o crescimento de longo prazo.”

No primeiro trimestre de 2025, a companhia reportou R$ 18,6 bilhões em receita líquida, um aumento de 7,7% comparado ao mesmo período do ano ado. O lucro líquido foi de R$ 117 milhões, com um crescimento de 95% em relação ao mesmo período 2024.

O EBITDA ajustado alcançou R$ 1,37 bilhão, um crescimento de 12,7%, com uma margem EBITDA de 7,4%. A alavancagem também foi reduzida, atingindo 3,15 vezes, uma diminuição de 0,6 ponto em relação ao primeiro trimestre de 2024, graças à sólida geração de caixa e ao controle da dívida.

A companhia também viu um avanço significativo em sua margem bruta, que atingiu 16,5%, uma melhora de 0,3 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre, impulsionada pela melhoria operacional e pelo foco na rentabilidade.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, ando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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