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Novo golpe tem como foco pagamentos com Pix e boleto (Banco Central/Divulgação)
Editor do Future of Money
Publicado em 18 de março de 2024 às 09h00.
A empresa de segurança digital Kaspersky identificou recentemente um novo golpe que tem se espalhado no Brasil com foco nos pagamentos usando o Pix e o boleto bancário. A novidade desenvolvida por golpistas permite que o roubo ocorra sem o uso de vírus para invadir computadores e celulares, exigindo mais atenção de possíveis vítimas.
Em um comunicado exclusivo compartilhado com a EXAME, a Kaspersky explica que os criminosos atualizaram uma ferramenta já existente no mercado, a Reboleto, e agora conseguem usá-la para aplicar o golpe. Com o recurso, é possível editar QR Codes usados para pagamentos no Pix e os códigos de barra de boletos bancários.
As alterações mudam os destinatários dos pagamentos, sem precisar usar qualquer tipo de vírus. Os valores são, então, enviados para contas de laranjas. Para a Kaspersky, o golpe "destaca a versatilidade dos criadores de fraudes do país" e exige um cuidado redobrado das pessoas, com destaque para a verificação das informações do destinatário de pagamentos.
A edição ocorre nos arquivos de contas enviadas por e-mails para os alvos dos golpistas, que costumam focar em especial em contas enviadas por empresas, como de luz ou de telefonia. “O que torna o Reboleto um golpe muito perigoso é que a edição fraudulenta do boleto acontece diretamente na caixa de e-mail da vítima - portanto todas as dicas de ter atenção ao remetente e erros de ortografia não ajudarão a identificar o golpe", comenta Fabio Assolini, chefe de equipe de analistas de segurança da Kaspersky.
"O único momento para evitá-lo é no momento de pagar a conta, pois é possível perceber a alteração no nome do destinatário, seja após a leitura do código de barra ou via o QRCode do PIX”, destaca. Um dos principais empecilhos para o golpe é que os criminosos só conseguem editar os QR Codes e códigos de barra quando obtêm o aos e-mails das vítimas.
Assolini explica que a ferramenta "uma função de validação de e-mails, no qual os criminosos sobem um banco de dados com diversas credenciais, que serão testadas de maneira automática. Em um , eles podem verificar todas as contas que eles tiveram o autorizado e assim o golpe se inicia”.
“A ferramenta fará automaticamente o monitoramento dos e-mails com anexos, que serão exibidos no de controle. A ferramenta busca e-mails que contenham no campo 'Assunto' as palavras 'boleto', 'pix', 'segue anexo o boleto', 'duplicata', 'segunda via', entre outras. O criminoso precisa, a partir daí, abrir a mensagem e realizar a edição da fatura, podendo inclusive ar e alterar os e-mails ainda não lidos pela vítima", afirma.
Segundo a Kaspersky, o golpe tem afetado tanto pessoas quanto empresas, mas os negócios têm ganhado mais espaço como vítimas. O motivo é que a edição é feita manualmente, o que exige mais esforço dos criminosos. Por isso, o foco está em golpes mais lucrativos, como os que atingem empresas.
Como forma de evitar o golpe, a Kaspersky recomenda que as pessoas tenham cuidado ao realizar pagamentos e sempre verifiquem as informações do destinatário. No caso do débito automático, é possível verificar os dados cadastrados pelos aplicativos de bancos. É importante, ainda, ficar atento a vazamentos de dados após ataques hackers, já que eles podem conter informações que facilitam o o ao e-mail e a realização do golpe.
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