Empresa de serviços financeiros avalia que uso do dólar como moeda global pode cair com avanço de moedas digitais
Morgan Stanley destacou expansão do bitcoin nos últimos anos (Mario Tama/Getty Images)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 11h21.

Uma "mudança de paradigma" na percepção e uso de ativos digitais como o bitcoin e as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) poderia ameaçar a dominância do dólar como uma moeda global, avalia o banco de investimentos de Wall Street Morgan Stanley .

Enquanto o dólar compõe cerca de 60% das reservas cambiais globais, uma "mudança de paradigma na percepção e uso global de ativos digitais" poderia desafiar a liderança da moeda, escreveu o chefe de ativos digitais do Morgan Stanley, Andrew Peel, em uma nota de investimento publicada na última sexta-feira, 12.

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Peel afirma que essa mudança foi significativamente acelerada pela aprovação de vários fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de bitcoin à vista nos Estados Unidos pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês). Os novos fundos já estão sendo negociados e somam quase US$ 10 bilhões de volume em três dias .

Além disso, Peel pontua a "notável" adoção global do bitcoin nos últimos 15 anos como evidência de seu crescimento contínuo, observando que 106 milhões de pessoas em todo o mundo atualmente possuem a criptomoeda . Ele acrescentou ainda que agora existem caixas eletrônicos de bitcoin em mais de 80 países.

CBDCs e dólar

Enquanto isso, as CBDCs de outros países também podem impactar a dominância do dólar, permitindo pagamentos transfronteiriços rápidos sem a necessidade de uso de uma moeda comum, papel exercido atualmente pelo dólar.

"As CBDCs têm o potencial de estabelecer um padrão unificado para pagamentos transfronteiriços, o que poderia diminuir a dependência de intermediários tradicionais como a SWIFT e o uso de moedas dominantes como o dólar", explica.

De acordo com dados do Atlantic Council CBDC Tracker, 130 países — representando mais de 98% do Produto Interno Bruto (PIB) global — estão explorando ou desenvolvendo CBDCs, marcando um aumento significativo em relação a alguns anos atrás.

"Além disso, as CBDCs podem possibilitar inovações significativas nos serviços financeiros, como o uso de contratos inteligentes para automatizar pagamentos, tornando o conceito de dinheiro programável uma realidade prática", comenta Peel.

Enquanto o bitcoin e as CBDCs podem impactar a dominância do dólar, Peel observou que as stablecoins - criptomoedas pareadas a outros ativos - poderiam se provar um acréscimo mais útil ao financiamento global, descrevendo as stablecoins amplamente atreladas a moedas fiduciárias como a "aplicação matadora" das criptomoedas.

"Com sua crescente importância, as stablecoins lastreadas em dólar estão preparadas para ter um impacto profundo no setor financeiro, potencialmente remodelando a forma como o dinheiro é movimentado além das fronteiras", projetou o analista do Morgan Stanley.

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