Iniciativa conjunta com objetivo de explorar tecnologias para moedas digitais de bancos centrais desenvolve processador capaz de processar 1,7 milhão de transações por segundo
Para as próximas fases, o Projeto Hamilton pretende explorar alternativas no desenho técnico que melhorem a já robusta privacidade e resiliência da tecnologia preparada na primeira fase (Dem10/Getty Images)
GM

Gabriel Marques

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 13h15.

O Fed de Boston e o Massachussetts Institute of Technology ( MIT ) liberaram nesta quinta-feira, 1, um relatório com as suas descobertas no Projeto Hamilton, iniciativa em conjunto das instituições focado em experimentações tecnológicas relacionadas às moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). O relatório descreve um “processador teórico de alta performance e resiliente”, criado com a plataforma de código aberto OpenCBDC.

O Projeto Hamilton foi anunciado em 2020 como uma colaboração de vários anos entre o Federal Reserve de Boston e a Iniciativa de Moedas Digitais do MIT. Seu objetivo é o de explorar o uso de tecnologias novas e existentes para construir e explorar uma plataforma hipotética de moedas digitais. Esse projeto é independente e não tem relação com o estudo do Fed sobre os prós e contras das CBDCs.

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“É muito importante compreender como tecnologias emergentes podem sustentar as CBDCs e quais desafios persistem. A colaboração com o MIT e nossos desenvolvedores criou um modelo de pesquisa sobre CBDCs escalável que nos permite aprender mais sobre essas tecnologias e as escolhas que devem ser consideradas quando desenhando uma moeda digital”, comentou o COO Interino e vice-presidente interino do Fed de Boston, Jim Cunha, em comunicado.

Na primeira fase do projeto, os pesquisadores “selecionaram conceitos de criptografia, sistemas distribuídos e tecnologia blockchain para construir e testar plataformas que dariam aos legisladores flexibilidade suficiente na potencial criação de uma CBDC”, segundo afirma a publicação da instituição.

A principal descoberta foi a criação de uma unidade processadora hipotética para uma CBDC de uso geral, explorada em duas arquiteturas, capaz de processar 1,7 milhão de pagamentos por segundo. A maior parte das transações foram finalizadas em menos de 2 segundos, quando feitas dentro de arquiteturas que am performance segura e resiliente, e ofereceram a flexibilidade tecnológica suficiente necessária para se ajustar às futuras legislações, disse o relatório.

“Ainda existem muitos desafios para determinar se e como adotar uma moeda digital do Banco Central nos Estados Unidos”, disse Neha Narula, diretor da Iniciativa de Moedas Digitais no MIT. “O que ficou claro é que softwares de código aberto abrem um importante caminho para a colaboração, experimentação e implementação. Além disso, os sistemas monetários se beneficiam da transparência e verificabilidade oferecidas pelo código aberto”, complementou.

Para as próximas fases, o Projeto Hamilton pretende explorar alternativas no desenho técnico que melhorem a já robusta privacidade e resiliência da tecnologia preparada na primeira fase.

Recentemente, o Federal Reserve liberou um estudo sobre as stablecoins, moedas digitais com lastro em dólar, e as classificou como um "porto seguro".

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