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São Paulo lança programa pioneiro para conservação da araucária e impulsiona bioeconomia

A iniciativa foi oficializada neste sábado, 7, pela secretaria estadual do meio ambiente e ajuda a fomentar o manejo sustentável do pinhão e impulsionar a geração de renda na região de Cunha

A espécie nativa da Mata Atlântica, Araucaria angustifolia, está criticamente ameaçada de extinção (BY BRAZIL/Shutterstock)

A espécie nativa da Mata Atlântica, Araucaria angustifolia, está criticamente ameaçada de extinção (BY BRAZIL/Shutterstock)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 7 de junho de 2025 às 17h00.

São Paulo a a contar com uma iniciativa inédita que une preservação ambiental e desenvolvimento sustentável: o Programa de Conservação da Araucária (Pró-Araucária), com foco na proteção da Araucaria angustifolia, espécie nativa da Mata Atlântica em crítico risco de extinção.

A iniciativa foi oficializada neste sábado, 7, pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), por meio da Fundação Florestal, e está alinhada à política estadual de enfrentamento às mudanças climáticas e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O programa articula ações de conservação ecológica, restauração e fortalecimento da bioeconomia, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais enquanto gera renda para comunidades locais.

A região de Cunha foi selecionada para sediar o projeto suas características únicas: é um dos poucos locais em São Paulo que ainda mantém remanescentes da Mata de Araucária e concentra populações com forte ligação cultural e econômica com o pinhão, semente da araucária.

"O Pró-Araucária alia ciência, cultura e desenvolvimento. Nosso objetivo é proteger uma das espécies mais emblemáticas da nossa flora e, ao mesmo tempo, fomentar atividades econômicas sustentáveis", destacou a secretária da SEMIL, Natália Resende.

Em março de 2023, a SEMIL já havia flexibilizado restrições de coleta do pinhão e agora o estado de São Paulo a a ser pioneiro no país ao permitir a extração da semente fora do período tradicional, desde que associada a práticas sustentáveis. 

Programa abrange seis eixos

O programa se organiza em seis eixos estratégicos que abrangem desde aspectos técnicos até culturais. A restauração ecológica contempla tanto áreas públicas quanto privadas, enquanto o fortalecimento da cadeia socioprodutiva do pinhão busca valorizar economicamente o recurso natural.

A capacitação técnica voltada ao manejo florestal sustentável é complementada por iniciativas de certificação e rastreabilidade de produtos florestais, garantindo qualidade e origem responsável.

Além disso, valoriza a identidade territorial e os conhecimentos tradicionais das comunidades locais, integrando saberes ancestrais às práticas contemporâneas de conservação.

A educação ambiental completa a estrutura, estimulando pesquisa científica e inovação tecnológica para aprimorar continuamente as boas práticas e aproveitamento sustentável.

Bioeconomia do pinhão

Um dos diferenciais é o aproveitamento econômico da araucária, especialmente através do pinhão. Esta semente carrega significativo valor cultural, alimentar e econômico e pode ser transformada em diversos produtos como farinhas sem glúten, alimentos congelados ou servir como ingrediente em receitas típicas regionais.

Segundo o governo paulista, esta diversificação produtiva representa uma oportunidade concreta de geração de renda, incentivando a permanência das famílias no campo e fortalecendo a economia local de forma sustentável.

Inclusão das comunidades locais

O lançamento do programa contou com ampla participação de diferentes atores sociais, incluindo gestores, técnicos, produtores, lideranças comunitárias e pesquisadores. Durante o evento, coletores, produtores e beneficiadores de pinhão da região compartilharam experiências e discutiram práticas de manejo sustentável, certificação e identidade territorial.

"A Fundação Florestal tem um papel fundamental na preservação e restauração dos ecossistemas. Com o Pró-Araucária, estamos não apenas protegendo uma espécie essencial da nossa flora, mas também promovendo a sustentabilidade econômica para as comunidades locais", afirmou Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da organização.

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