Desenvolvida pela Nextracker, a inovação diminuiu pela metade o nivelamento de terra necessário para construção da usina e garantiu a preservação ambiental da área
A tecnologia batizada de "NX Horizon-XTR" é uma nova variação do rastreador solar inteligente que se adapta ao terreno natural e gera uma série de benefícios (Nextracker/Divulgação)
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 17 de abril de 2025 às 15h32.

Última atualização em 23 de abril de 2025 às 11h00.

O Complexo Solar Serrita da companhia Statkraft, no sertão de Pernambuco, se tornou o primeiro projeto no Brasil a adotar uma tecnologia pioneira de rastreamento solar capaz de reduzir significativamente os custos de implementação e osimpactos ambientais.

A inovação da Nextracker, especializada em soluções para geração de energia solar, diminuiu pela metade o nivelamento de terra necessário para construção da usina e poupou cerca de 65 mil metros cúbicos de terraplanagem.

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Consequentemente, levou a custos de escavação menores e a eliminação da necessidade de uso extensivo de explosivos altamente poluentes. No total, a economia financeira superou US$ 1 milhão (R$ 5.200), o que tornou o projeto mais viável e acelerou sua implementação, segundo a Elecnor.

Com uma capacidade instalada de 68,8 MW, o complexo ajuda no desenvolvimento sustentável da região com produção de energia limpa e ível, além de gerar empregos locais.

No entanto, enfrentou desafios ambientais e de engenharia típicos do semiárido nordestino, como solo rochoso e uma topografia irregular. Um dos requisitos para o seu desenvolvimento era justamente a preservação do solo e da biodiversidade local.

“O rastreador trouxe eficiência e inovação ao Serrita, facilitando a instalação e reduzindo o tempo necessário para execução, graças à adaptação do sistema às condições naturais do terreno,” disse Renan Lucas Ganassini, Diretor de Projetos Renováveis da Elecnor, responsável emgerir o projeto.

Solução inovadora para driblar desafios ambientais

O clima quente e seco do sertão, aliado à geologia e vegetação da caatinga, resultou em solos rochosos e difíceis de manejar, o que representava um desafio significativo para a instalação de rastreadores solares.

Segundo Lucas Kauer, gerente de engenharia da Nextracker, métodos tradicionais de instalação exigiriam escavação substancial, o que aumentaria os custos e as exigências regulatórias.

Além disso, o terreno do Complexo Solar Serrita continha camadas de rocha dura, que poderiam demandar movimentação de terra de Categoria 3 (solo de rocha e difícil manejo). Ouso de explosivos, portanto, teria sido necessário, o que traria grandesimpactos ambientaise provocaria atrasos no cronograma de construção.

Logo, a tecnologia se mostrou essencial para driblar os problemas e sua adaptação ao solo minimizou a necessidade de reflorestamento, garantindo a preservação da vegetação local e menor impacto.

Além disso, pelo menos 50% dos componentes, como tubos de torque, estacas e Controladores Autônomos (SPCs), foram adquiridos localmente, atendendo às exigências do financiamento nacional de girar a economia da região.

"Este projeto estabelece um precedente para futuros projetos solares de geração centralizada no país, mostrando como inovação e colaboração estratégica podem viabilizar iniciativas de energia renovável de forma eficaz e ível," complementou Nelson Falcão, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da Nextracker.

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