PIB da zona do euro cresceu 0,4% no primeiro trimestre em comparação com os três meses anteriores
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discursa em uma sessão na reunião anual do Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos, em 21 de janeiro de 2025. (Foto de FABRICE COFFRINI / AFP) (FABRICE COFFRINI /AFP)
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Agência de notícias

Publicado em 30 de abril de 2025 às 17h00.

A zona do euro conseguiu resistir às tensões tarifárias impulsionadas pelos Estados Unidos no primeiro trimestre do ano, embora as perspectivas para o restante de 2025 sugiram um retorno a um desempenho mais modesto.

O PIB da zona do euro cresceu 0,4% no primeiro trimestre em comparação com os três meses anteriores, ligeiramente acima das expectativas dos analistas de mercado, anunciou a agência europeia de estatísticas Eurostat nesta quarta-feira, 30.

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O início do ano foi marcado por anúncios em Washington sobre uma nova política comercial baseada em tarifas alfandegárias elevadas, o que causou calafrios em bolsas de valores, chancelarias e diversos setore s.

Nessa escalada tarifária, a UE decidiu insistir em negociações com as autoridades americanas, mas simultaneamente preparou uma pesada bateria de medidas de represália caso as negociações não mudem a situação.

Também nesta quarta, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou que o PIB da maior economia do mundo encolheu 0,3% em taxa anualizada no primeiro trimestre, uma tendência que o presidente Donald Trump atribuiu ao seu antecessor, Joe Biden.

O agravamento repentino das tensões comerciais com os Estados Unidos ocorreu enquanto a UE buscava desesperadamente sair da estagnação virtual em que sua economia entrou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Por isso, especialistas consultados pela Bloomberg projetavam um avanço de 0,2% na zona do euro nos primeiros três meses deste ano. No último trimestre de 2024, a Eurostat registrou um aumento de 0,1%.

Para a UE como um todo — incluindo países que não usam a moeda comum — a Eurostat mediu um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, após ter registrado um aumento de 0,4% no último trimestre de 2024.

As principais economias da zona do euro seguiram a tendência geral. A Alemanha, motor econômico da UE, registrou um crescimento de 0,2% no primeiro trimestre do ano, enquanto a França teve um aumento mais modesto, de 0,1%, e a Itália estimou seu crescimento em 0,3%.

Enquanto isso, entre as principais economias do bloco, a Espanha teve o melhor desempenho, com crescimento de 0,6% em relação ao trimestre anterior.

Tendência para o resto do ano

Esses resultados ficaram ligeiramente além das expectativas, devido à incerteza generalizada em torno das crescentes tensões comerciais entre a UE e os Estados Unidos.

Os resultados do primeiro trimestre "sugerem que a economia começou o ano mais forte do que esperávamos e do que as pesquisas de atividade sugeriram", observou a especialista Franziska Palmas, economista da consultoria Capital Economics.

No entanto, a especialista acrescentou que "ainda esperamos que o crescimento desacelere acentuadamente nos próximos seis meses, já que as tarifas dos EUA anunciadas em abril impactarão a atividade econômica".

Na estimativa de Palmas, as tarifas alfandegárias americanas podem subtrair "cerca de 0,2% do crescimento do PIB, e qualquer impulso do estímulo fiscal alemão só chegará no final deste ano, no mínimo".

Sobre a Espanha, Palmas observou que o apagão que deixou o país no escuro na segunda-feira pode "subtrair até 0,4% do crescimento do PIB do país no segundo trimestre".

Por sua vez, Sam Miley, economista do Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (CEBR), em Londres, observou que a tendência para o resto do ano pede cautela.

"Apesar do desempenho sólido no primeiro trimestre, a perspectiva para o bloco monetário continua fraca, impulsionada pela incerteza geopolítica e pela fraca demanda interna", observou.

Portanto, sua equipe projetou que "a economia da zona do euro crescerá apenas 0,8% este ano, bem abaixo de sua tendência de longo prazo".

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