'Temos visto os preços do petróleo caírem e o real valorizar', destaca Magda Chambriard, que cita ainda diesel e querosene de aviação como combustíveis que podem ter redução
Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de maio de 2025 às 13h57.

Última atualização em 26 de maio de 2025 às 14h22.

Tudo sobrePetrobras
Saiba mais

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que, se o valor do petróleo no mercado internacional continuar caindo, a estatal vai reduzir os preços dos combustíveis nas refinarias. Ela participou do evento Nova Indústria Brasil, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em comemoração ao Dia da Indústria.

"Se cair mais o preço do petróleo, por certo vamos reduzir os preços dos combustíveis. Estou falando da gasolina, do diesel, do QAV [querosene de aviação], do GLP [gás de botijão]".

No último dia 6 de maio, a estatal reduziu o preço do diesel nas refinarias em R$ 0,16 por litro, para R$ 3,27. Foi a terceira queda do diesel só este ano. Já a gasolina teve um último movimento em julho do ano ado, quando subiu para R$ 3,01.

Ela destacou que “neste momento” está confortável com os preços dos combustíveis. E lembrou que o acompanhamento dos preços é feito a cada 15 dias.

"O acompanhamento dos preços é uma constante na Petrobras, e também buscamos eliminar a volatilidade do mercado. Temos visto os preços do petróleo caírem e o real valorizar. E acompanhamos o market share [participação de mercado] dos nossos produtos. Tanto a gasolina como o diesel estão abaixo do preço de paridade internacional. Por enquanto, estamos acompanhando".

As cotações do petróleo no mercado internacional estão em queda desde o início do ano diante da perspectiva de um crescimento econômico global menor, por causa da guerra comercial iniciada pelo presidente americano Donald Trump.

Além disso, os países Opep, organização que reúne os maiores exportadores de petróleo do mundo, têm ampliado sua produção e já sinalizaram um novo aumento na prospecção em junho.

O preço do barril do tipo brent, principal referência no mercado internacional, está em torno de US$ 65 nos últimos dias. Para ter uma ideia, em janeiro, o petróleo era negociado acima de US$ 80. E o dólar comercial, que também influencia nos preços domésticos dos combustíveis, já recuou 8% este ano.

Segundo dados da Abicom, associação que reúne os importadores de combustíveis, o preço médio da gasolina praticado pela Petrobras para as refinarias está, em média, 1% abaixo dos valores cobrados no mercado internacional neste momento.

Sobre o QAV, Magda disse que o combustível é reajustado todo mês.

"Se o preço do Brent caiu e o câmbio se valorizou, tem tudo para ser uma redução".

Magda reiterou que os preços nas refinarias são 36% menores no QAV desde 31 de dezembro de 2022. Nesse período, o diesel caiu 26%, assim como a gasolina (entre -11% e -12%).

"A sociedade precisa pressionar pela redução de preços".

Braskem

Sobre Braskem, ela disse que a companhia é a sexta maior petroquímica do mundo. Para Magda, é um ativo muito importante para a Petrobras.

"A Braskem tem uma questão societária na Petrobras que a gente precisa resolver. E a proposta do Tanure [empresário Nelson Tanure] vem na direção dessa solução como também uma movimentação dos bancos, que também vinham em torno dessa solução nessa solução. Espero que qualquer solução dê certo e terá apoio da Petrobras e vamos sim restaurar a petroquímica no Brasil", afirmou Magda.

Contratações

A presidente da Petrobras disse ainda que a estatal pretende lançar o edital para contratar 48 embarcações até o fim de 2026 com 40% de conteúdo local e o à linha de financiamento do Fundo de Marinha Mercante.

"Estamos falando de um investimento de R$ 118 milhões no Brasil no âmbito dessas 48 embarcações e 180 mil postos de trabalho que serão gerados", afirmou Magda a jornalistas após o evento.

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasOpepBNDES

Mais de Economia

Fazenda decidirá como compensar arrecadação perdida com recuo no IOF até o fim da semana, diz Haddad

Presidente da Câmara rebate Haddad e diz que Executivo 'não pode gastar sem freio'

Descobrimos uma caixa-preta de R$ 800 bilhões de renúncia fiscal, diz Haddad

Mercadante sai em defesa de Haddad, diz que Brasil já teve IOF mais alto e cobra redução da Selic

Mais na Exame