Presidente falou, na Câmara, em evento sobre os 60 anos do Banco Central
No mês ado, o BC subiu a Taxa Selic para 14,25% ao ano para reduzir a inflação (Elio Rizzo/BCB/Divulgação)

No mês ado, o BC subiu a Taxa Selic para 14,25% ao ano para reduzir a inflação (Elio Rizzo/BCB/Divulgação)

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Publicado em 1 de abril de 2025 às 13h20.

Última atualização em 1 de abril de 2025 às 13h35.

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os canais de transmissão da política monetária não funcionam no Brasil com a mesma fluidez observada em outros países. Para ele, diferentemente de outros lugares do mundo, mesmo com as taxas de juro altas, o emprego no Brasil e o consumo das famílias continua crescendo.

"Uma questão que sempre surge [fora do país] é por que é que estamos em uma taxa de juros que, quando comparada a outros países, apareceria como restritiva, e ainda assim a economia brasileira apresenta um dinamismo excepcional. A economia brasileira vem apresentando a queda mais rápida da sua taxa de desemprego, um dos maiores crescimentos do rendimento das famílias, é a máxima da série histórica", disse, em evento sobre os 60 anos do Banco Central, na Câmara.

No mês ado, o BC subiu a Taxa Selic para 14,25% ao ano para reduzir a inflação. Os canais de transmissão são as formas pelas quais essa taxa chegam na economia. Geralmente, isso chega com uma redução da atividade econômica, o que ocorreria de forma menos intensa no Brasil que em outros países.

"Isso sugere que os canais de transmissão da política monetária não funcionem com a mesma fluidez que costumam funcionar em outros países aqui no Brasil, e que eventualmente você precisa dar doses maiores do remédio para conseguir o mesmo efeito", afirmou Galípolo.

Gabriel Galípolo esteve em evento de homenagem aos 60 anos do Banco Central na Câmara dos Deputados. Um dos parlamentares, Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), fez um discurso crítico à política monetária do BC, ao dizer que a instituição opera para “rentistas”.

Na sua fala, o presidente do BC disse que as falas contras a taxas de juro do Brasil não tocam no problema “de maneira adequada”. Galípolo afirma, porém, que é um desafio do BC comunicar com a sociedade sobre suas decisões.

"É importante enfatizar que, além de legitimo, é absolutamente bem-vindo que a discussão de política monetária vá ganhando cada vez mais espaço no debate público. Isso é essencial, é importante, e é obvio que ela é legítima especialmente por quem foi democraticamente eleito e tem todo direito. Cabe à gente do BC explicar o que faz e porque faz. É nossa obrigação", disse ele.

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