Apenas gatas apresentam a pelagem malhada devido a uma condição genética (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de maio de 2025 às 14h57.
A pelagem malhada dos gatos, com manchas laranjas e pretas, é uma característica exclusiva das fêmeas devido à genética ligada ao cromossomo X.
Essa particularidade acontece porque o gene responsável pela pigmentação da pelagem está localizado nesse cromossomo, presente em dose dupla nas fêmeas e em dose simples nos machos.
Nos mamíferos, como gatos e humanos, as fêmeas possuem dois cromossomos X, enquanto os machos têm um X e um Y. Isso faz com que só as fêmeas possam expressar simultaneamente os genes para as duas cores da pelagem: a feomelanina (pigmento ruivo) e a eumelanina (pigmento preto).
Apenas gatas apresentam a pelagem malhada por essa combinação genética, exceto em casos raros de machos com síndrome de Klinefelter (XXY).
Até pouco tempo, o mecanismo exato que controla a cor ruiva nos gatos não estava totalmente compreendido. Dois estudos recentes, publicados na revista Current Biology por equipes da Universidade Stanford (EUA) e da Universidade de Kyushu (Japão), identificaram o trecho de DNA no cromossomo X que ativa a produção do pigmento ruivo.
As pesquisas mostram que a ausência de um trecho específico de DNA em gatos machos ativa o gene Arhgap36, que estimula a produção da feomelanina. Enquanto os japoneses sequenciaram o genoma de vários gatos para identificar variações no cromossomo X, os pesquisadores americanos fizeram comparações entre sequências de DNA de gatos laranjas e de outras cores, confirmando o papel do Arhgap36.
Apesar da crença popular de que gatos laranjas têm comportamento mais brincalhão, não há evidências científicas que comprovem relação entre cor da pelagem e temperamento dos felinos. Porém, o gene Arhgap36 também pode influenciar o cérebro e as glândulas hormonais, abrindo caminho para novas investigações sobre possíveis conexões entre genética da cor e comportamento.
Essas descobertas genéticas ajudam a entender melhor a diversidade da pelagem felina e seus mecanismos moleculares, eliminando mistérios sobre o surgimento da cor ruiva nos gatos.