De entrevistas conduzidas por robôs a análise de expressões faciais, a IA está revolucionando os processos seletivos; especialistas alertam que empresas precisam se adaptar com velocidade
Content Writer Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 14h51. Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 14h53.
Paloma Canseco atendeu o telefone esperando falar com um recrutador, mas do outro lado da linha estava um assistente virtual. O tom de voz era natural, as perguntas eram diretas e, por um momento, a designer gráfico teve a sensação de estar conversando com um humano. Mas não estava. Ao perceber que estava interagindo com um sistema de inteligência artificial, decidiu encerrar a ligação. A experiência foi desconcertante. E ela não foi a única a sentir isso.
Após compartilhar sua história no LinkedIn, Canseco recebeu uma enxurrada de mensagens de profissionais que aram pela mesma situação. Eles chegaram a uma mesma conclusão: a inteligência artificial não é mais apenas uma ferramenta auxiliar no recrutamento – ela já está conduzindo entrevistas, filtrando currículos e, em alguns casos, decidindo quem avança no processo seletivo. O que parecia um futuro distante está acontecendo agora.
Em empresas como Amazon, McDonald’s, Chipotle e General Motors, assistentes virtuais para gerenciar candidaturas é uma realidade. No Chipotle, rede de fast-food concorrente do McDonald's, por exemplo, a assistente “Ava Cado” agenda entrevistas e responde perguntas básicas sobre a empresa.
E as plataformas de IA estão cada vez mais avançadas. É o caso do Spark Hire e HireVue, ferramentas que organizam entrevistas, analisam respostas, interpretam expressões faciais e identificam padrões de comportamento.
Brent Orsuga, fundador da Pinnacle Growth Advisors, é direto: "Isso já está acontecendo, já foi incorporado. Não é algo distante. É questão de meses até que se torne o padrão", disse o especialista para o veículo CNBC Make It.
O uso da IA no recrutamento exige cuidado. Segundo especialistas, é preciso encontrar uma forma de adotar a tecnologia no RH com velocidade, mas de maneira assertiva. Ainda assim, há um consenso entre eles de que adoção dessas ferramentas não é mais apenas sobre eficiência, mas sobre sobrevivência em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Na CI&T, uma empresa multinacional especialista em transformação tecnológica, há um claro compromisso: transformar o time de gestão de pessoas em um núcleo de inovação no qual a inteligência artificial a a ser uma grande aliada estratégica para redefinir práticas e processos internos.
Diretora de RH na CI&T, Vanessa Togniolli implementa IA para agilizar processos e fortalecer a cultura interna
Vanessa Togniolli, CHRO da companhia, se orgulha em dizer que 80% das pessoas de RH na CI&T já utilizam inteligência artificial de maneira consistente no cotidiano. O valor chama atenção em comparação com a média nacional: apenas 30% dos times de gestão de pessoas utilizam a tecnologia, segundo uma pesquisa feita pela plataforma Think Work em parceria com a Flash.
“Com um de nossos projetos, conseguimos mais de 80% de redução de tempo humano no atendimento às pessoas colaboradoras sobre dúvidas corriqueiras de RH, como férias e atestados médicos, por exemplo”, explica a executiva.
Se há uma certeza, é que a IA não vai esperar. Na visão de muitos especialistas, RHs que ignorarem essa transformação correm o risco de se tornarem obsoletos. Mas a adoção da tecnologia não é tão simples: exige investimentos, mudanças culturais e um olhar crítico para equilibrar inovação e empatia.
Bruno Leonardo, vice-presidente de Educação Corporativa na EXAME, defende um caminho para que a IA possa trazer resultados práticos e exponenciais para as organizações, em especial nos times de RH. "Precisamos transformar a mentalidade dos nossos profissionais", disse ele em um artigo da EXAME.
Líderes de RH que souberem integrar a inteligência artificial sem perder a essência do fator humano estarão à frente da curva. Os que hesitarem, no entanto, podem descobrir da pior forma que o futuro do recrutamento não é uma escolha. O desafio, na verdade, é encontrar o caminho para isso.
Bruno Leonardo, VP da EXAME Corporate Education
A boa notícia é que os caminhos para isso estarão no centro dos debates do Líderes de Alto Impacto , um evento que acontece nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, a partir das 11h, com transmissão 100% ao vivo pelo YouTube.
Na ocasião, grandes referências do mercado vão compartilhar insights e tendências sobre o futuro da gestão de talentos. Será uma oportunidade única para profissionais de RH e executivos aprofundarem sua compreensão sobre o impacto da IA na área e descobrirem caminhos para aplicar essas inovações.
Aqui estão os especialistas que estarão no evento Líderes de Alto Impacto:
"Vamos trazer casos de aplicação de inteligência artificial no RH. É um tema muito relevante e uma oportunidade incrível", convida Camila Securato.
Como acompanhar?
📅 Data: Quinta-feira, 13 de fevereiro
⏰ Horário: A partir das 11h
📍 Onde: Transmissão 100% ao vivo pelo canal do YouTube da EXAME
Não fique de fora dessa conversa. Inscreva-se aqui e prepare-se para transformar a maneira como sua empresa gerencia talentos.