Brasil

SuperVia autorizou trem a ar por cima de corpo no RJ

O condutor foi "autorizado" a ar por cima do cadáver após a sinalização de outro funcionário

Trem na SuperVia do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/ABr)

Trem na SuperVia do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2015 às 16h09.

Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 11h26.

Rio - A Polícia Civil convocou os funcionários da SuperVia envolvidos no episódio da última terça-feira, 28, quando um trem ou por cima do corpo do ambulante Adílio Cabral dos Santos, já atropelado na altura da Estação de Madureira, zona norte.

Na ocasião, o condutor de uma composição foi "autorizado" a ar por cima do cadáver após a sinalização de outro funcionário.

O irmão da vítima, Élcio Santos Júnior, é esperado na 29ª Delegacia de Polícia (Madureira), que investiga o caso, para depor nesta sexta-feira, 31. Ontem, ele esteve no Instituto Médico Legal para liberar o corpo do irmão.

"Achei uma negligência. Muito negligente ar por cima de uma pessoa, mandar ar por cima do corpo de uma pessoa. Porque, também, não era parente dele", criticou, na ocasião.

O caso ganhou repercussão depois da divulgação de um vídeo, publicado no site Guadalupe News, que mostra o movimento autorizado do trem.

Primeiramente, a SuperVia havia informado que iria apurar a conduta dos funcionários, que teriam agido de forma incorreta, mas depois divulgou uma nova nota em que tenta justificar a atitude e culpa a falta de isolamento dos trilhos.

A Polícia Civil explicou que, além dos depoimentos aguardados, já solicitou à SuperVia imagens de câmeras e que agentes realizam diligências em busca de provas.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) emitiu uma nota em que condena a ação da concessionária. "Uma barbaridade, por tratar um corpo como algo descartável", diz o texto.

Já o Procon estadual, ligado à Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor, abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da SuperVia no episódio.

A autarquia afirmou que "questiona a SuperVia como a vítima teve o à linha férrea" e também quer que a "concessionária descreva o acidente, com base no boletim de ocorrência, informe se há planos e equipes prontas em caso de emergência e confirme se a circulação dos trens realmente foi interrompida em virtude do acidente". O prazo para as respostas da SuperVia é de 15 dias.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-tremOABPolícia CivilSuperVia

Mais de Brasil

STF começa a julgar na próxima semana antiga cúpula da PM do DF pelo 8 de janeiro

Carla Zambelli: por que a deputada pode ser extraditada mesmo com cidadania italiana

Bloqueio de aporte e inclusão na Interpol: próximos os após decretação de prisão de Zambelli

Zambelli vê prisão como 'ilegal' e reclama de decisão de bloquear redes sociais de filho