Prefeito do Rio propõe criação da Força de Segurança Municipal (FSM), com 4.500 agentes até 2028
Projeto de Paes inclui possibilidade de armamento para guardas municipais (Prefeitura do Rio de Janeiro/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 11 de março de 2025 às 10h27.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 10h35.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), enviou a segunda-feira, 10, um novo projeto de lei à Câmara Municipal, propondo a criação da Força de Segurança Municipal (FSM), com um foco na transformação da Guarda Municipal (GM). O novo texto traz uma mudança importante em relação à proposta inicial, enviada em fevereiro: agora, a possibilidade de os guardas municipais concursados atuarem armados na nova função é explicitamente prevista. Caso o projeto seja aprovado, o nome da Guarda Municipal será alterado para Força de Segurança Municipal, com o objetivo de contar com 4.500 homens até 2028.
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O projeto estabelece que guardas municipais estatutários poderão participar da função de “agentes da força de segurança armada”, desde que sejam aprovados em um processo seletivo interno. Este processo incluirá a aplicação de provas de conhecimentos específicos, avaliação de aptidão física, além de um curso de formação específico. Também serão obrigatórios exames de saúde física, toxicológicos, avaliação psicológica e investigação social, sendo eliminatórios para os candidatos.
“Quando divulgamos o projeto anteriormente, ainda não tínhamos a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que consagra a competência das Guardas Municipais para o policiamento ostensivo. Este novo projeto contempla essa transformação da Guarda Municipal em Força de Segurança, deixando claro que o papel dessa nova corporação será o policiamento ostensivo e preventivo, conforme o entendimento do STF”, declarou Paes nas redes sociais na última sexta-feira.
De acordo com o STF, as Guardas Municipais podem atuar no policiamento urbano, desde que respeitem as regras estabelecidas pelo Estatuto Geral das Guardas Municipais. Este regulamento permite que os agentes trabalhem uniformizados e armados, realizando a prevenção de delitos com o uso progressivo da força. No entanto, a Corte deixou claro que ainda há questões sobre a formação e os limites de atuação dessa nova função que precisam ser respondidas. A regulamentação e implementação do policiamento preventivo dependem de ajustes adicionais para garantir a eficácia dessa nova força de segurança.
O novo projeto recebeu aprovação de parte significativa da base aliada na Câmara Municipal. No fim de fevereiro, o presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), organizou um café da manhã com Paes, durante o qual discutiram a inclusão da Guarda Municipal no novo projeto de segurança. Caiado revelou que havia um descontentamento entre os vereadores com a versão inicial do projeto, que não contemplava a GM de forma adequada. Ele explicou que a base já havia preparado uma emenda para incluir a Guarda Municipal na proposta.
"Os vereadores sempre quiseram que a estrutura já existente da Guarda Municipal fosse melhor aproveitada, com treinamento específico para o uso de armamento. Com essa mudança, o consenso entre nós é muito maior", afirmou Caiado após o anúncio do prefeito.
A proposta de Paes também obteve apoio da oposição. Desde a apresentação do projeto, a bancada do PL cobrou a inclusão da Guarda Municipal no plano e até tentou pautar um antigo Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) do Rio, que permitiria o armamento da Guarda Municipal, mesmo sem a criação da nova Força de Segurança Municipal.