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Márcio França convoca centrais sindicais a criticarem taxa de juro

Ministro dos Portos e Aeroportos comentou sobre o assunto durante evento da União Geral dos Trabalhadores, nesta segunda, em São Paulo

Márcio França: o Congresso reuniu mais de mil pessoas (Sérgio Francês/ Facebook Márcio França/Reprodução)

Márcio França: o Congresso reuniu mais de mil pessoas (Sérgio Francês/ Facebook Márcio França/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de maio de 2023 às 15h12.

Última atualização em 8 de maio de 2023 às 15h51.

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, fez um "chamamento" às centrais sindicais para que elas tornem públicas suas críticas à manutenção da taxa de juro.

"Pedi para a UGT [União Geral dos Trabalhadores] e para as centrais sindicais deixarem publicamente o nosso desagrado com essa insistência de seis meses [de manutenção da taxa de juro]. Todos os números da economia brasileira são excelentes. Está sobrando dinheiro no governo federal. E o juros é o mesmo número de janeiro", afirmou França nesta segunda-feira, em participação no quinto Congresso Nacional da UGT.

O Congresso reuniu mais de mil pessoas. Além da UGT, que reúne uma série de sindicatos, como bancários e comerciários, representantes de diversas centrais sindicais marcaram presença, entre elas a CUT e a Força Sindical.

Questionamentos ao presidente do Banco Central

O ex-governador de São Paulo engrossou o coro do governo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Disse que a taxa de juro é fixada por uma pessoa "não eleita" e nomeada no "governo ado".

"Nós vamos respeitar a regra do jogo. Mas não existe ninguém que não possa ser criticado. E nós temos de deixar essa crítica pública", ressaltou França às centrais sindicais, justificando que a taxa de juro em 13,75% é feita para que as pessoas não tenham o ao crédito e não possam comprar, o que impacta a produção da indústria.

Sem citar diretamente as dificuldades do governo em aprovar medidas no Congresso Nacional, França afirmou que o governo aprendeu a conviver com a Câmara e o Senado "de um jeito ou de outro" e que "ninguém vai fazer nada que seja errado".

Lula sofreu uma série de derrotas na semana ada, com o adiamento da votação do PL das Fake News e derrubada de decretos sobre o marco do saneamento.

"Temos a experiência de conviver com os adversários. Não é problema. Nós queremos enfrentar todo mundo no voto, se necessário, mas divergindo com respeito", completou.

Taxa de juro elevada é "pé no pescoço" da economia

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também criticou a manutenção da taxa de juro.

"O ministro Márcio registrou, também quero reforçar, a necessidade de o Banco Central cair na real e tirar o pé do pescoço da economia brasileira. Para retomarmos, com vigor, o crescimento da economia e geração de emprego e renda. Reduzir juros é gerar empregos", disse Marinho. "Esta luta não é simplesmente um capricho. Nós não estamos pedindo para o Banco Central em favor do presidente Lula, em favor do nosso governo. É em favor da classe trabalhadora, da economia, das empresas brasileiras", completou.

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