Brasil

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Em 2026, impacto seria maior, de R$ 40 bi; plano será apresentado após o G20

 (Andressa Anholete/Getty Images)

(Andressa Anholete/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de novembro de 2024 às 12h47.

Última atualização em 15 de novembro de 2024 às 12h51.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou à cúpula e a líderes do Congresso que o pacote fiscal em gestação há semanas pelo governo vai prever uma economia entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025 e de R$ 40 bilhões em 2026, de acordo com pessoas que acompanharam as conversas.

Haddad se reuniu na semana ada com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também já conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de líderes das duas Casas.

Segundo interlocutores, uma das principais medidas para conter o crescimento das despesas é a mudança no critério de reajuste do salário mínimo, que aria a ser ter ganho real de no máximo 2,5% e no mínimo de 0,6% — o mesmo intervalo de crescimento de gastos do arcabouço fiscal.

Essa mudança tem um impacto gradual, já que considera a base do ano anterior para reajuste. Por isso, o pacote é maior nos próximos anos.

Também faz parte do pacote o avanço do projeto que combate os supersalários, que depende do aval do Congresso, filtro nos programas sociais, realização de pente-fino no Bolsa Família e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de ajustes nas regras em alguns programas, como abono salarial (PIS), seguro-defeso e seguro-desemprego. Procurada, a Fazenda disse que não iria comentar.

O governo descartou alterações no FGTS. Uma das medidas estudadas era utilizar a multa de 40% dos depósitos do empregador para o fundo nas demissões para custear despesas com seguro-desemprego.

Com a limitação do aumento do salário, que considera atualmente a inflação anual e o ree integral do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, o governo ará a gastar menos com aposentadorias e pensões e demais benefícios como seguro-desemprego e abono salarial. As despesas previdenciárias são as principais fontes de pressão sobre o Orçamento.

Segundo interlocutores do Congresso, durante as conversas com Pacheco e Lira na quarta-feira, Haddad tratou apenas das linhas gerais do pacote de ajuste fiscal.

A expectativa é que as medidas sejam anunciadas na próxima quinta-feira, após a visita do presidente da China, Xi Jinping, em Brasília, no dia anterior, e também após o término do G20, no Rio.

O ajuste fiscal vai atingir as áreas com maiores orçamentos, como Saúde, Educação e Defesa. Por determinação do presidente Lula, Haddad pediu a colaboração dos comandantes das Forças Armadas, que devem propor ajustes pontuais no sistema de previdência dos militares.

Durante as negociações, o ministro da Fazenda tem insistindo na necessidade de adotar medidas para que as despesas caibam no arcabouço fiscal. Há desconfiança do mercado em relação à firmeza do governo na condução da política fiscal.

Seguro-desemprego e abono salarial

Para segurar despesas com abono, além da limitação do reajuste do salário mínimo, o governo estuda mudar o critério de renda para ter direito ao benefício, de dois salários mínimos para um salário mínimo e meio. No caso do seguro desemprego e defeso, a ideia é aumentar o prazo de carência. Também está no radar reduzir o número de parcelas.

Para ar uma sinalização de que o pacote atingirá a todos, as medidas em estudo também incluem estabelecer desde já o imposto mínimo de 15% sobre a renda de quem recebe mais de R$ 1 milhão por ano.

Acompanhe tudo sobre:Fernando Haddad

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários ses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil