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Cármen Lúcia cobra explicações do governo após relato de caso de racismo envolvendo ministra do TSE

Vera Lúcia, ministra substituta do TSE, foi barrada em um evento da Comissão de Ética da Presidência, onde iria palestrar

Vera Lúcia Santana de Araújo, ministra substituta do TSE (Geraldo Magela/Agência Senado)

Vera Lúcia Santana de Araújo, ministra substituta do TSE (Geraldo Magela/Agência Senado)

Agência o Globo
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Publicado em 21 de maio de 2025 às 13h56.

Última atualização em 21 de maio de 2025 às 14h09.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou na terça-feira, 20, que entrou com um ofício na Comissão de Ética da Presidência da República sobre um caso de racismo envolvendo a ministra Vera Lúcia Santana de Araújo, substituta da Corte.

— Gostaria de dar início tornando pública uma ocorrência dotada de muita gravidade e infelicidade — afirmou a presidente da Corte durante sessão. — Uma das integrantes desse tribunal foi centro de uma inaceitável conduta de discriminação, racismo, um tratamento indigno, quando ela se apresentava atendendo um convite — disse.

O episódio, de acordo com Cármen, aconteceu na última sexta-feira, quando Vera Lúcia não conseguiu ingressar no 25º Seminário Ética na Gestão, promovido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, ao qual foi convidada para palestrar, mesmo depois de mostrar sua carteira funcional que confirmava o cargo. O seminário tinha como tema "Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação".

Cármen Lúcia afirmou ter formalizado a denúncia ao presidente da Comissão de Ética, Manoel Ferreira Filho, para dar ciência do ocorrido, que, segundo ela, “pode configurar até mesmo crime”.

— Agride cada brasileiro e cada brasileira, além de atingir a Justiça Eleitoral como um todo — ressaltou.

Em ofício enviado à Carmen Lúcia na segunda-feira, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que soube do episódio "com indignação".

"Tal repugnante episódio ofende não apenas a dignidade da ministra, mas também os princípios mais elementares de respeito a direitos fundamentais e igualdade racial que pautam o nosso Estado Democrático de Direito", escreveu Messias, em documento assinado também pelo presidente da Comissão de Ética.

"Colocamos a AGU e a CEP à disposição desse Egrégio Tribunal Superior Eleitoral para quaisquer providências a respeito que se mostrem necessárias", complementa o ofício.

A ministra Vera Lúcia já comentou as diretorias da Fundação Cultural Palmares (F) e da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap), além de ter ocupado o cargo de secretária-adjunta de Políticas para a Igualdade Racial do Distrito Federal.

O Globo procurou a Presidência da República para comentar o caso, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

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